12 Anos da Tragédia na Boate Kiss: Reflexões e Lições de Uma das Maiores Tragédias do Brasil

Hoje, 27 de janeiro de 2025, completam-se 12 anos desde a tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Naquela madrugada de 2013, um incêndio durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira resultou na morte de 242 pessoas e deixou 636 feridos, marcando profundamente o país.
O incêndio teve início quando um artefato pirotécnico utilizado pela banda atingiu o revestimento acústico inflamável do teto da boate, provocando chamas e intensa fumaça tóxica. A falta de saídas de emergência adequadas e a superlotação do local contribuíram para a magnitude da tragédia.

Busca por justiça
Após anos de batalhas judiciais, quatro pessoas foram condenadas pelo incêndio: os sócios da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão. Segundo informações do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, eles permanecem presos, embora o processo tramite em segredo de Justiça.

Homenagens e memória
Nesta data, familiares e amigos das vítimas realizam homenagens em Santa Maria. A Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) e o Coletivo Kiss promovem eventos de reflexão, incluindo caminhadas e a manutenção do “Muro da Memória”, espaço dedicado às lembranças dos que perderam a vida no incêndio.

Legado e mudanças
A tragédia da Boate Kiss trouxe à tona discussões sobre segurança em casas noturnas e levou a mudanças na legislação para prevenir incidentes semelhantes. Entretanto, familiares e sobreviventes ainda clamam por justiça plena e pela responsabilização de todos os envolvidos, incluindo agentes públicos que possam ter sido omissos.
A memória das vítimas permanece viva, e a data reforça a importância de medidas contínuas para garantir que tragédias como essa nunca mais se repitam.

Apoio nas redes sociais
Hoje, é possível acompanhar sobre o caso nas redes sociais, principalmente na página do Instagram @kissquenaoserepita, que nada mais é do que uma página criada por sobreviventes e amigos de vítimas do incêndio da Boate Kiss. Onde eles movem uma campanha por justiça e acolhimento dos demais familiares, amigos e etc. 

A tragédia que virou série
Em 2023, (completando 10 anos do ocorrido) a Netflix lançou a minissérie “Todo Dia a Mesma Noite”, uma adaptação em cinco episódios também baseada no livro de Daniela Arbex. A série mergulha nos detalhes do incêndio, nas falhas que contribuíram para o desastre, na luta dos sobreviventes e no sofrimento dos familiares das vítimas. A produção foi amplamente elogiada por seu respeito às histórias reais e pela forma como abordou o trauma coletivo causado pelo incêndio.
Também em janeiro de 2023, o Globoplay lançou a série documental “Boate Kiss – A Tragédia de Santa Maria”, que aborda o incêndio ocorrido em 2013 na Boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul. A produção é conduzida pelo jornalista Marcelo Canellas, natural de Santa Maria, e apresenta uma análise aprofundada dos eventos que culminaram na tragédia, além de destacar a busca incessante por justiça por parte dos familiares das vítimas. A série é composta por cinco episódios, cada um com aproximadamente uma hora de duração, e está disponível exclusivamente no Globoplay. Para assistir, é necessário ser assinante da plataforma.

Essas adaptações ajudaram a manter viva a memória das vítimas e a estimular o debate sobre segurança em ambientes públicos. Além disso, tanto o filme quanto a série trouxeram maior visibilidade à luta dos familiares por justiça, algo que ainda mobiliza a sociedade brasileira.

Memorial no local da Boate Kiss
Em 10 de julho de 2024, iniciaram-se as obras para a construção do Memorial em homenagem às vítimas do incêndio na Boate Kiss. O memorial está sendo erguido no local onde funcionava a boate, no centro da cidade.

O projeto do memorial, desenvolvido pelo arquiteto paulista Felipe Zene Motta, foi selecionado através de um concurso realizado em 2018. A estrutura contará com uma área de 383,65 metros quadrados, incluindo um auditório com capacidade para 142 pessoas, uma sala multiuso e a sede da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). No centro, haverá um jardim circular com 242 pilares de madeira, cada um representando uma vítima, contendo seu nome e um suporte para flores.

O custo total da obra é de R$ 4.870.004,68, sendo R$ 4 milhões provenientes do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL) do Ministério Público do Rio Grande do Sul, e o restante financiado pela Prefeitura de Santa Maria. A previsão é que o memorial seja concluído em 2025.

By Karina Navas

Veja Também!