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Foto microscópica mostra célula humana sendo infectada pelo Sars Cov-2, o novo coronavírus — Foto: NIAID via Nasa
Foto microscópica mostra célula humana sendo infectada pelo Sars Cov-2, o novo coronavírus — Foto: NIAID via Nasa
Uma pesquisa que envolveu 508 soldados na Suíça sugere que o distanciamento social e o uso de máscaras pode ter um impacto na gravidade da infecção da Covid-19. Além de reduzir a chance de contrair o vírus, o isolamento e o uso de material de proteção diminui a chance de se desenvolver uma versão mais grave da doença.
Os resultados:
- Dois grupos de soldados com em média 20 anos e características físicas similares
- Ao todo, eram 508 soldados, predominantemente homens
- O primeiro grupo, de 354 pessoas, foi infectado antes da implementação do distanciamento social nas acomodações – 30% deles tiveram a Covid-19
- No segundo grupo, com 154 pessoas, as medidas já estavam aplicadas. Nenhum soldado desenvolveu os sintomas da doença, mesmo com a detecção do vírus em amostras de RNA e testes sorológicos
Os cientistas concluíram, portanto, que as máscaras e o isolamento social podem contribuir não apenas em evitar a propagação do vírus, mas também, em caso de contato do Sars-Cov-2 com o organismo da pessoa, reduzir a chance de desenvolver os sintomas graves da Covid-19.
“Essa descoberta sugere que a redução da carga viral pode não apenas levar a uma probabilidade reduzida de infecção, mas também pode causar uma infecção assintomática, além de poder induzir a uma resposta imunológica em uma parte dos infectados”, escreverem os autores.
A pesquisa, no entanto, por usar um grupo de jovens saudáveis, alerta para o fato de os resultados não poderem ser transferidos para os grupos de risco – principalmente a população idosa e com comorbidades, como obesidade.
Outro ponto que falta esclarecer, segundo os pesquisadores, é tentar confirmar se os pacientes assintomáticos desenvolveram imunidade para a doença.
A importância dos pacientes leves
Em um outro estudo publicado pela “Nature”, cientistas mostram que até 87% dos pacientes de Wuhan, primeiro epicentro da doença, não foram detectados. Eles eram pacientes assintomáticos, pré-sintomáticos ou com sintomas leves.
Acredita-se que este grupo de infectados pelo Sars-Cov-2 tenha um papel importante na disseminação da doença. Isso, principalmente, devido à dificuldade de rastreio para implementação do isolamento. Além disso, mesmo com o desenvolvimento de alguns sintomas, eles podem ser facilmente confundidos com outras doenças.
No início de junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reafirmou que pessoas assintomáticas transmitem coronavírus, mas que “a questão é saber quanto”. O esclarecimento foi feito um dia depois de a chefe do programa de emergências da entidade, Maria van Kerkhove, declarar que parece ser “rara” a transmissão da Covid-19 por pacientes sem sintomas da doença.
“Estamos absolutamente convencidos de que a transmissão por casos assintomáticos está ocorrendo, a questão é saber quanto”, disse diretor de emergências da OMS, Michael Ryan.

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