‘Chegamos a essa tragédia por um acúmulo de erros’, diz Drauzio Varella sobre pandemia de Covid-19 no Brasil

‘Não usar máscara na rua é um absurdo’, diz Drauzio Varella

‘Não usar máscara na rua é um absurdo’, diz Drauzio Varella

Em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (6), o médico Drauzio Varella falou da pandemia de Covid-19 no Brasil. Segundo Drauzio, o país, que tem o segundo maior número de mortos do mundo pela doença, chegou a esta situação por “um acúmulo de erros” que têm se repetido (veja íntegra no vídeo acima).

“Primeiro, nós não nos preparamos adequadamente para a chegada do vírus aqui, e, sabidamente, ele vinha”, disse o médico.

“O SUS tentou se organizar, demonstrando até grande agilidade, mas vem acumulando problemas crônicos. Quantos anos as verbas diminuindo, todos os problemas de gestão?”, ponderou Drauzio.

Drauzio lembrou que, apesar das recomendações de cientistas sobre a necessidade de isolamento para conter a disseminação do vírus, houve “contradição” nas orientações dadas à população pelos governos estaduais e o federal.

“Todo o pessoal de ciência dizendo ‘o isolamento é fundamental’, e o governo federal apontando na direção oposta”, disse.

O médico também listou o fato de que um remédio que não tem eficácia comprovada contra a Covid-19 foi “apregoado” como a “salvação” contra a doença. Houve, ainda, a dificuldade de conseguir equipamentos para as UTIs.

Drauzio também comentou sobre a retomada das atividades econômicas no país.

“Você nao vai encontrar um epidemiologista digno desse nome que te diga que está na hora de abrir. Não vai pegar um país que está tendo mil mortes por dia e achar que está tudo bem, que as pessoas podem ir para a rua”, afirmou.

Segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, do qual o G1 faz parte, o Brasil tinha, às 8h desta quinta-feira (6), 97.440 mortes pela Covid-19, com uma média de 1.033 óbitos diários nos últimos 7 dias.

“O problema do isolamento é que você tem que fazer de cara. Ele não pode ser muito prolongado, mas tem que ser um isolamento para valer. E nós nunca tivemos isso”, disse Drauzio.

“Tinha que ter sido um isolamento muito rápido. E muito eficaz, abrangente, chegar a níveis de 60%, 70%, porque aí você consegue ter um controle da epidemia. Quando passa essa fase e você não consegue esses níveis de isolamento, as pessoas começam a ir para a rua, e, aí, não tem segredo: quanto mais gente na rua, mais disseminação do vírus, mais mortes pela doença”, completou o médico.

By Midia ABC

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