Para identificar a espécie, dica é observar a vocalização; ave apresenta plumagem mais colorida do que a do ‘primo arquiteto’. Vocalização do bate-bico é característica que inspira nome popular da ave
Cores da plumagem, tamanho do bico e comportamentos das aves são características importantes para os observadores e especialistas identificarem as espécies. Nesse caso, a dica é prestar atenção na vocalização para descobrir o nome popular da Phleocryptes melanops, ave que ocorre do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.
Pequeno, com até 13 centímetros e 16 gramas, o bate-bico chama atenção pelo som que reproduz quando está empoleirado na vegetação típica de brejos, taboais, pirizais e banhados.
Além do som, a plumagem se destaca pela mescla de cores. Parente distante do joão-de-barro, também possui tons amarronzados, mas sua coloração é mais chamativa: cabeça marrom escura, sobrancelha branca, garganta, tórax e abdômen amarelados e costas rajadas com tons de cinza, preto e marrom.
Pequena, ave possui plumagem mais colorida do que o ‘primo’ joão-de-barro
Sergio Moreira/VC no TG
Macho e fêmea são idênticos. Já os jovens apresentam cores mais opacas, partes superiores acinzentadas com mascas brancas e peito estriado.
O cardápio do bate-bico conta com insetos capturados próximos à água. No período reprodutivo a ave faz ninhos nos caules das taboas (Thypha domingensis) – planta aquática, que chega a medir cerca de 3 metros de altura; com ajuda de folhas e lama. A ave usa o litoral brasileiro como local de reprodução.
Fora do Brasil, ocorre também no Uruguaia, Argentina, Chile, Paraguai e Bolívia.
Ninho é construído com folhas e lama
Sergio Moreira/VC no TG
Apaixonado pelas aves
O vídeo é apenas um dos mais de 1.400 registros de natureza feitos pelo observador Sergio Moreira. Admirador das aves desde criança, ele já clicou 398 espécies diferentes. “Sou apaixonado por fotos de aves e de outras espécies há muito tempo. Colecionava figurinhas da fauna brasileira que vinham nas caixas de fósforo na década de 70 e também nas caixas de chocolate”, conta.
As saídas para observação são quase diárias, prática que garante flagrantes de destaque no acervo de Sergio. “Já registrei aves como o sabiá-de-óculos, o pato-de-crista, a saracura-carijó e a sanã-amarela”.
Passarinhadas diárias rendem flagrantes detalhados da avifauna
Sergio Moreira/VC no TG
Observar aves me traz saúde, me permite sair da rotina e da vida sedentária. Quando estou fotografando sinto paz e sei que estou contribuindo em defesa da natureza, que há tempos era vista somente como meio de exploração
Além das aves, primatas, cachorros-do-mato, graxaim-do-campo, paca, cutia, preá, quatis e ratão-do-banhado representam a variedade de cliques. “Também tenho fotos de sapos, lagartos e cobras de várias espécies”, detalha o observador, que se dedica a flagrantes em vídeo.
“O maior desafio é garantir um bom registro nos poucos segundos que os animais ficam em frente às câmeras. É preciso ter muita paciência para esperar o momento certo do registro”, diz.
Mais de 300 espécies de aves já foram registradas pelo observador
Sergio Moreira/VC no TG
Conheça o bate-bico, parente do joão-de-barro
