Paralisação envolve trabalhadores da área operacional da empresa, como carteiros, atendentes e operadores de triagem. Segundo a estatal, serviços não foram afetados pela mobilização. Adesão de funcionários dos Correios à greve cresce 10% na região de Campinas, diz sindicato
Reprodução/EPTV
A adesão dos funcionários dos Correios à greve nacional cresceu 10% nas cidades da região de Campinas (SP), chegando a 40% nesta quarta-feira (19), segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Correios de Campinas e Região (Sintect-Cas).
De acordo com a associação, não há prazo para o fim da paralisação. A greve envolve todos os setores da área operacional da empresa, que inclui carteiros, atendentes, operadores de triagem e transbordo e suporte.
Na última terça-feira (18), foram registradas filas e atrasos no atendimento de algumas agências da região. Em nota, os Correios garantiram que 83% do efetivo total estava trabalhando regularmente. Leia o posicionamento completo da empresa abaixo.
Apesar da paralisação, a estatal informou que a “rede de atendimento está aberta em todo o país e os serviços, inclusive SEDEX e PAC, continuam sendo postados e entregues em todos os municípios”.
Reivindicações
A greve nacional dos Correios teve início na segunda-feira (17). De acordo com o Sintect-Cas, os colaboradores reivindicam contra a privatização da estatal, reclamam da revogação do atual Acordo Coletivo e pedem a garantia dos direitos trabalhistas e de saúde durante a pandemia.
“O retorno à normalidade das operações depende única e exclusivamente da direção da ECT [Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos] e do governo federal, únicos responsáveis em tentar praticar o maior arrocho salarial já sofrido pelos trabalhadores dos Correios”, afirma a associação, em nota.
Confira a íntegra da nota enviada ao G1 pelos Correios nesta quarta:
Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.
Conforme amplamente divulgado, a diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.
Diversas comunicações inverídicas e descontextualizadas foram veiculadas, com o intuito apenas de provocar confusão nos empregados acerca dos termos da proposta. À empresa, coube trazer as reais informações ao seu efetivo: nenhum direito foi retirado, apenas foram adequados os benefícios que extrapolavam a CLT e outras legislações, de modo a alinhar a estatal ao que é praticado no mercado.
Os trabalhadores continuam tendo acesso ao benefício do Auxílio-creche, para dependentes com até 5 anos de idade. Os tíquetes refeição e alimentação também continuam sendo pagos, conforme previsto na legislação que rege o tema, sendo as quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada empregado: 22 tíquetes para quem trabalha de segunda a sexta-feira e 26 tíquetes para os empregados que trabalham inclusive aos sábados ou domingos.
Estão mantidos ainda – aos empregados das áreas de Distribuição/Coleta, Tratamento e Atendimento -, os respectivos adicionais.
Vale ressaltar que, dentre as medidas adotadas para proteger o efetivo durante a pandemia, a empresa redirecionou empregados classificados como grupo de risco para o trabalho remoto – bem como aqueles que coabitam com pessoas nessas condições –, sem qualquer perda salarial.
Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.
É importante lembrar que um movimento paredista agrava ainda mais a debilitada situação econômica da estatal. Diante deste cenário, a instituição confia no compromisso e responsabilidade de seus empregados com a sociedade e com o país, para trazer o mínimo de prejuízo possível para a população, especialmente neste momento de pandemia, em que a atuação dos Correios é ainda mais essencial para o Brasil.
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