:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/0/A/txlh90Tpiiw0Oemfkraw/foto1-burnout.jpg)
A pandemia de Covid-19 virou a nossa vida de cabeça para baixo, alterando a nossa rotina e as nossas relações, principalmente com o trabalho. Ela ainda não terminou e, por isso, não é difícil encontrarmos pessoas a nossa volta se sentido exaustas emocionalmente e fisicamente, ansiosas, com alterações de humor, queixando-se de falta de memória e distúrbios do sono. São sintomas que podem indicar a Síndrome de Burnout ou a síndrome do esgotamento profissional.
Esta síndrome não é consequência apenas deste período de pandemia. Contudo, não podemos negar que, nos últimos meses, o trabalho remoto influenciou o nosso estado de ânimo. Trabalhar em casa, inicialmente, foi visto como vantagem pela possibilidade de estar junto da família. Só que também foram necessários alguns ajustes como mudanças de hábitos e novas adaptações para que as tarefas continuassem a dar bons resultados. O problema é que nem todos conseguiram ser resilientes.
Mas ate onde tais sintomas significam Burnout ou apenas estresse?
O estresse é um conceito popularizado, mas nem sempre há uma compreensão clara de suas implicações. Apesar de ser uma reação natural do nosso organismo, um mecanismo de adaptação e defesa diante de situações novas, ele torna-se preocupante quando sua manifestação é constante, nos deixando suscetíveis a várias doenças, uma vez que há queda da imunidade. Claro que não é preciso deixar o problema chegar a grandes proporções para tomar providências. No entanto, a maioria das pessoas não reconhece a linha divisória do que é considerado saudável daquela que passa a prejudicar a qualidade de vida, pois, muitas pessoas, mesmo cansadas, banalizam os sintomas.
A síndrome de Burnout é resultado de longos e excessivos níveis de estresse no trabalho e tem como sintoma típico a sensação de esgotamento físico e mental, sendo que há vários fatores de risco para o seu desenvolvimento, alguns, inclusive, desprovidos de acontecimentos notáveis em si mesmos, mas que agridem o indivíduo.
Um dos agravantes que gostaria de ressaltar diz respeito às características de personalidade. Muitos estudos tem demonstrado que pessoas competitivas, com dificuldades de tolerar frustrações, ansiosas, perfeccionistas, com dedicação exagerada às tarefas, são grandes candidatos. As expectativas que têm sobre si, sempre altas, somadas à necessidade de se afirmar ou de serem reconhecidas através do trabalho, levam estes profissionais a serem detalhistas, deixando-os sobrecarregados. Tudo isso reflete no corpo e na mente que reagem com atitudes negativas, irritação e cansaços constantes, atitudes obsessivas no trabalho, isolamento, depressão, diminuição da sensação de realização pessoal e outras, já citadas acima.
O trabalho remoto, devido à mudança de hábitos, exigiu novos desafios para o colaborador e, para alguns deles, causou impacto negativo, pois pelo receio de perder o emprego passaram a exigir mais ainda de si, num processo que, para eles, sempre será insuficiente.
É preciso ressaltar que qualquer que seja a atividade exercida, é importante ter em mente que algum grau de insatisfação sempre vai existir. O que auxilia a amenizar os fatores estressantes está ligado, dentre outros, a postura do colaborador. Assim, valorizar suas capacidades, reconhecer os próprios limites e saber dizer não, são algumas das necessidades prioritárias. A saúde mental agradece!
Créditos: Joselene Alvim- psicóloga