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Centro Municipal de Triagem da Covid-19, em Presidente Prudente — Foto: Secom
Centro Municipal de Triagem da Covid-19, em Presidente Prudente — Foto: Secom
Nesta sexta-feira (9), Presidente Prudente completa 32 dias na fase amarela do Plano São Paulo e o governo estadual deve anunciar mais uma atualização no programa que estabelece regras para o funcionamento das atividades econômicas durante a pandemia da Covid-19. Desde o início do Plano São Paulo, que estipulou regras para a flexibilização da quarentena, este foi o período mais longo com as normas menos rígidas.
Até esta quinta-feira (8), a Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM) registrou 4.755 casos positivos e 139 mortes durante a pandemia na cidade.
Somente neste período de pouco mais de um mês, foram 1.092 novos diagnósticos da doença e 38 óbitos.
Para o médico infectologista Rodrigo Sala Ferro, as imposições de normas de segurança para a reabertura dos setores deram um bom resultado. Contudo, a situação do maior município do Oeste Paulista ainda é preocupante, já que o cenário pode mudar rapidamente, caso a população relaxe nas medidas de prevenção.
Fases do Plano São Paulo
Desde o início do Plano São Paulo, Presidente Prudente ficou na fase amarela em dois momentos. O primeiro foi em junho, entre os dias 1º e 14. Nessas duas semanas, os casos confirmados passaram de 149 para 243. Já as mortes, foram de 10 para 13.
Casos de coronavírus em Presidente Prudente na fase amarela
1º de junho | 14 de junho | |
Casos confirmados | 149 | 243 |
Mortes | 10 | 13 |
Hospitalizados | 17 | 32 |
Casos suspeitos | 29 | 88 |
Notificações | 821 | 1.266 |
Descartados | 643 | 895 |
Curados | 109 | 157 |
Contudo, Presidente Prudente regrediu para a fase vermelha no dia 15 de junho e foram 85 dias com medidas de maior restrição. Neste período, os casos confirmados passaram de 263 para 3.647. As mortes foram de 13 para 99.
Casos de coronavírus em Presidente Prudente na fase vermelha
15 de junho | 7 de setembro | |
Casos confirmados | 263 | 3.647 |
Mortes | 13 | 99 |
Hospitalizados | 28 | 50 |
Casos suspeitos | 101 | 948 |
Notificações | 1.301 | 14.799 |
Descartados | 937 | 10.204 |
Curados | 157 | 3.253 |
O retorno para a fase amarela foi em 8 de setembro. Esse segundo momento de maior abertura começou com 3.663 casos confirmados e 101 mortes. Até esta quinta-feira (8), as confirmações estavam em 4.755 e os óbitos em 139.
Casos de coronavírus em Presidente Prudente durante a fase amarela
8 de setembro | 8 de outubro | |
Casos confirmados | 3.663 | 4.755 |
Mortes | 101 | 139 |
Hospitalizados | 57 | 65 |
Casos suspeitos | 986 | 1.229 |
Notificações | 14.905 | 19.269 |
Descartados | 10.256 | 13.285 |
Curados | 3.253 | 4.261 |
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Centro Municipal de Triagem da Covid-19, em Presidente Prudente — Foto: Marcos Sanches/Secom
Centro Municipal de Triagem da Covid-19, em Presidente Prudente — Foto: Marcos Sanches/Secom
Situação ainda preocupante
O médico infectologista Rodrigo Sala Ferro atua na linha de frente contra a Covid-19 desde o início da pandemia e afirmou ao G1 que o Plano São Paulo foi uma “excelente ideia” para a retomada consciente dos setores da economia, já que avalia e qualifica as regiões do Estado através de fatores como a média da taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivas para pacientes com novo coronavírus, o número de internações no mesmo período e a quantidade de óbitos pela doença.
Ele ressaltou que uma boa parcela da população adotou medidas de prevenção, como o uso de máscaras, álcool gel e distanciamento social, além da obediência às restrições.
“Porém, para toda regra existem exceções, vemos muitas pessoas achando que ‘isto é exagero’ ou que ‘são imunes a este vírus’”, salientou.
Sobre os períodos em que o município ficou na fase amarela, o infectologista explicou que há uma boa resposta por meio da análise da média móvel de casos de Covid-19. No dia 7 de outubro, a média móvel de casos teve queda de 7,1% e a de mortes sofreu redução de 63,6%. Esse cálculo é feito com a soma do número de casos ou mortes do dia com o dos 6 dias anteriores.
“A media móvel é bem variável. Porém, observamos uma queda na média de casos em Presidente Prudente. Isto mostra que, apesar de estarmos em uma fase mais flexível, estamos conscientes e fazendo a lição de casa certinho, usando máscara, álcool em gel, higienizando as mãos e evitando aglomerações”, disse.
Apesar dessa média móvel com índices menores, Ferro pontuou que as taxas de ocupação de leitos de UTI e de enfermaria variam a cada dia também.
“Claro que uma flexibilização mais frouxa aumenta a oportunidade de pessoas mais suscetíveis contraírem a Covid-19, devido à falsa impressão de que o vírus está menos virulento. O que observamos é que a fase amarela mostrou internações mais prolongadas de pacientes devido aos mesmos possuírem comorbidades (doenças que predispõem a Covid-19 evoluir para uma forma moderada e grave), assim tornando internações mais prolongadas devido a suas doenças associadas”, explicou.
Mesmo com um cenário atual melhor, ele frisou que, se os cuidados não forem mantidos, é possível uma regressão rápida.
“Como vimos, a média móvel é muito variável, e o número total de casos de ocupações em vagas de leitos de UTI e enfermaria muda em questões de horas. Não podemos perder tudo que ganhamos até agora. Portanto, considero preocupante a situação de Presidente Prudente. Pois, em dias, se não fizermos a tarefa de casa certinho, iremos regredir dia após dia”, alertou o médico infectologista.
Diante desse cenário, o infectologista acredita que a região de Presidente Prudente seja mantida na fase amarela nessa nova reclassificação prevista pelo governo estadual para esta sexta-feira (9).
E, para aquelas pessoas que se dizem “cansadas” da quarentena, ele deixa uma orientação.
“Não pensem só nelas e, sim, nos outros, e principalmente em seus familiares. Pois, para ela, talvez seja um paciente assintomático ou com sintomas leves, se contrair o vírus. Porém, seus familiares podem precisar de um leito de UTI ou acontecer algo pior, sendo que tudo isso poderia ser evitado com medidas de isolamento social e prevenção básicas como higienização das mãos”, finalizou ao G1.
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Infectologista Rodrigo Sala Ferro — Foto: Arquivo pessoal
Infectologista Rodrigo Sala Ferro — Foto: Arquivo pessoal