Volume de nitrogênio escapou para tanque da Transpetro durante operação de interligação de dutos
Na terça-feira, 7 de janeiro, um grave acidente ocorreu no Terminal de São Caetano do Sul, operado pela Transpetro, subsidiária da Petrobrás. Durante uma operação para interligar dutos, o tanque 19 sofreu danos significativos, incluindo o rompimento parcial das chapas do teto e o amassamento do anel superior do costado.
O que aconteceu?
O acidente foi causado pela entrada inesperada de nitrogênio no tanque durante a operação, que visava conectar diretamente a Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, ao terminal de São Caetano. A medida buscava eliminar a necessidade de passagem pelo Terminal de Guarulhos, otimizando o transporte de óleos escuros, como o diesel.
No procedimento, o nitrogênio é usado para inertizar os dutos, removendo vapores de hidrocarbonetos e prevenindo explosões durante a soldagem. Porém, uma falha fez com que o gás ultrapassasse o PIG — um dispositivo que impede o avanço descontrolado de fluidos —, entrando no tanque e causando um efeito de “panela de pressão” sem válvulas adequadas, que abalou toda a estrutura.
Consequências e críticas
O tanque ficará inutilizado por tempo indeterminado, e os prejuízos financeiros podem chegar a milhões, já que ele havia passado por manutenção recentemente. Além disso, o acidente levanta preocupações sobre a segurança dos trabalhadores.
Para o diretor do Sindicato Unificado, Vereníssimo Barçante, o acidente reflete a política de contenção de custos da Transpetro, que compromete a segurança:
“A segurança sempre tem ficado em segundo plano. Havia apenas um trabalhador realizando essa operação no terminal, algo completamente inadequado.”
Rodrigo Araújo, diretor do Sindipetro Unificado, reforça as críticas:
“Além dos riscos à vida, essa política de sucateamento não faz sentido financeiro. O custo de acidentes como esse supera qualquer economia gerada pela redução de efetivo.”
Investigação em andamento
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindipetro Unificado participarão da comissão que investigará o acidente. A entidade exige medidas para evitar novas falhas e reforça a necessidade de recomposição do quadro de funcionários no Sistema Petrobrás.
Os trabalhadores alertam que, sem mudanças significativas na gestão de segurança e efetivo, acidentes como o do Terminal de São Caetano podem se repetir, colocando em risco tanto a vida dos profissionais quanto os recursos da empresa.