Após relatos de ‘poeira de açúcar’ em casas, Cetesb faz vistoria na área de empresa no interior de SP


Companhia Ambiental do Estado de São Paulo diz que não constatou o lançamento de material fora dos limites da empresa. Moradores de Santa Adélia (SP) alegam que produto invade as casas e gera transtornos. ‘Poeira de açúcar’ invade casas em bairro de Santa Adélia
Reprodução/TV TEM
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) realizou vistoria nesta terça-feira (18) na empresa responsável por armazenar e distribuir açúcar em Santa Adélia (SP) depois que diversos moradores do Jardim Paulista relataram que sofrem transtornos com a nuvem de açúcar que sai de caminhões e de um armazém.
Segundo a Cetesb, as equipes que realizaram a vistoria não constataram o lançamento de material particulado para a atmosfera, névoa com poeira de açúcar, fora dos limites da empresa.
No entanto, o órgão informou que continuará acompanhando a operação de armazenamento e transporte do produto e efetuando novas inspeções.
Moradores dizem que ‘nuvem de açúcar’ é formada por armazém em Santa Adélia
Reprodução/TV TEM
Poeira de açúcar
A faxineira Diva Malavazzi conta que precisa limpar o quintal de seu imóvel e os eletrodomésticos praticamente todos os dias.
“Dá para ver que não é terra. É um pó branco. Preciso limpar ventilador, painel e televisão um dia sim outro não”, afirma.
Na casa da inspetora de alunos Genésia Dantas, a situação não é diferente. Ela diz que precisa fechar toda a casa e cobrir o carro da família. “Às vezes está muito forte a poeira. A gente respira um ar doce e incomoda, arde a garganta e o nariz”, relata.
De acordo com o pneumologista Rafael Mussolini, a inalação das partículas de açúcar pode ser prejudicial à saúde dos moradores.
“Podem surgir quadros alérgicos, tosse, crise de rinite, asma, até problemas mais sérios”, explica.
‘Velho conhecido’
O armazém de onde sai todo o açúcar ficou nacionalmente conhecido em 2013. O Porto Seco que na época armazenava mais de 30 toneladas do produto foi atingido por um incêndio.
As chamas derreteram toda a estrutura metálica de um dos galpões e fizeram o açúcar se transformar em caramelo. O líquido se espalhou pelas ruas, invadiu casas e chegou até o rio São Domingos, matando 13 toneladas de peixes.
Na época, a empresa foi multada em R$ 15 milhões pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). No começo deste ano, a Justiça negou pedido para cancelar a multa.
Por causa do episódio, muitos moradores da rua que fica ao lado do Porto Seco mudaram de endereço. Ele chegou a ficar seis anos inativo, mas voltou a operar no ano passado.
‘Poeira de açúcar’ invade casas e incomoda moradores de Santa Adélia

By Midia ABC

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