Com estiagem severa, aumentam avistamentos de balões na região do aeroporto de Viracopos


De acordo com o Cenipa, em julho foram 15 notificações, contra três do mesmo mês de 2019. Clima seco e sem vento favorece soltura e concessionária destaca que aumento de registros também pode ter influência da pandemia, já que há mais pessoas em casa e avistamentos podem ser denunciados. Registro de balão cruzando o céu do Aeroporto de Viracopos em março deste ano; número de avistamentos aumentou em julho
Arquivo pessoal
Clima seco e poucos ventos. Com uma estiagem severa, julho reuniu condições climáticas que favoreceram a soltura de balões de ar quente, e o número de avistamentos na região do Aeroporto Internacional de Viracopos mostra isso. Segundo o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáuticos), foram 15 notificações contra três do mesmo período de 2019.
Como os avistamentos podem ser relatados por moradores da região, há possibilidade de mais de um relato de um mesmo balão. Segundo dados da Aeroportos Brasil Viracopos, que administra o terminal, foram 11 em julho e um no mesmo mês em 2019. Apesar do aumento, não houve registro de colisões.
“Sempre na época das festas juninas aumenta a soltura de balões, mas a concessionária avalia que possivelmente a situação de pandemia possa ter propiciado tanto o aumento de soltura de balões quanto o aumento de avistamentos. Importante destacar que os moradores do entorno do aeroporto podem relatar avistamentos, inclusive vários moradores podem relatar o avistamento de um mesmo balão”, informa a concessionária.
O Cenipa destaca que a soltura de balões “acarreta risco a milhares de vidas”. “Dependendo de como foi construído, o balão pode ser ingerido pelo motor da aeronave ou até mesmo danificar alguma parte da estrutura do avião, no momento do impacto”, informa o órgão.
Além do risco ao transporte aéreo, os balões podem causar grandes incêndios. Não à toa, fabricar, vender ou soltar balões é considerado crime ambiental.
É para denunciar!
Sidnei Furtado, coordenador da Defesa Civil de Campinas, destaca que as condições climáticas em julho favoreceram a soltura de balões, mas ele alerta que a estrutura dos grupos é tão grande, que ocorrências desse tipo ocorrem o ano todo.
Há, inclusive, suspeita de quem balão tenha provocado um incêndio em área de mata no Jardim Santa Genebra no início de agosto.
“Esse ano a estiagem foi mais rigorosa, a partir de abril com o tempo mais seco, isso representa uma condição para soltura. A gente pede sempre para a população denunciar, até mesmo quem saiba quem faz a confecção. Tradicionalmente, quem confecciona também armazena fogos de artifício, o que é um risco para a vizinhança”, destaca Furtado.
Denúncias podem ser feitas, por exemplo, para a Guarda Municipal (153). Neste ano, a corporação já constatou três casos relacionados a soltura de balões, dois deles em julho.
“Em todo o ano de 2019, a Guarda Municipal de Campinas realizou 10 atendimentos de ocorrências relacionadas a soltura de balões. Sendo que apenas em 1 caso houve flagrante e a ocorrência foi encaminhada para registro de boletim na Polícia Civil por crime de fabricar, vender e soltar balões, artigo 42 da lei federal de crimes ambientais (Lei 9605/98)”, destaca a corporação.
Balão caiu em prédio de Campinas, em fevereiro deste ano
Denny Cesare/Código 19
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By Midia ABC

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