Empresária de Duartina (SP) que criou um curso de leitura com as mãos para pessoas com baixa visão ampliou seu projeto com uma versão pela internet que tem permitido a participação de mais alunos. A 2,5 mil quilômetros de distância, em Sergipe, o aposentado Elandio Júlio dos Santos festeja o aprendizado do braile em aulas ministradas a partir de Duartina, no interior de SP
TV TEM/Reprodução
Um projeto criado em Duartina (SP) para ensinar braile a pessoas com pouca ou nenhuma visão ganhou um impulso justamente quando a pandemia do coronavírus parecia ter chegado para impor um freio à iniciativa.
Afinal, o projeto idealizado pela empresária e farmacêutica Daniela Reis Frontera com material didático feito de tampinhas de garrafas pet e bolinhas de gude foi pensado para ensinar a leitura com os dedos em aulas presenciais.
Projeto de professora de braile de Duartina ganha versão online e alunos em todo país
Mas a empresária viu na restrição da quarentena e do isolamento social o impulso para testar a modalidade virtual de seu curso como forma de seguir ensinando seus alunos.
“Quando precisamos para com as aulas me perguntei como fazer para ensinar o cego a distância. Daí, montamos a plataforma, testamos com alguns alunos e deu supercerto, ficou show de bola”, conta Daniela.
No formato virtual, projeto consegue ensinar a leitura com a ponta dos dedos para alunos de todo o país
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A princípio, a nova plataforma foi pensada apenas para continuar atendendo aos moradores da região que frequentavam a escola de braile Duartina. Mas a empresária disponibilizou o conteúdo na internet e deficientes visuais de todo o país começaram a participar.
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É o caso do aposentado Elandio Júlio dos Santos, que mesmo a 2,5 mil quilômetros de distância, em Itabaiana (SE), que aprendeu a ler com as mãos a partir das aulas ministradas do interior paulista.
“Eu já consigo ler palavras curtas e até montar pequenas frases, e tudo isso em três semanas. O projeto tem me ajudado instrumentando a minha mente de uma forma brilhante, não esperaria em tão pouco tempo aprender a esse ponto”, festeja o aposentado.
Empresária Daniela Reis Frontera, de Duartina, durante aula presencial ministrada antes da pandemia
Arquivo pessoal
Para conseguir ensinar os mais de 100 alunos, a empresária deixou a plataforma exclusiva para pessoas cegas. Isso porque muitos profissionais da educação também se matricularam para aprender o braile.
Mas Daniela Frontera explica que o objetivo do projeto é levar o aprendizado para quem não tem acesso por outros meios.
No mês passado, uma live foi promovida para arrecadar fundos para manutenção do projeto em sua nova modalidade adaptada para a forma virtual.
Enxergando o futuro
Agora na versão virtual, alunos usam a tecnologia para receber orientações dos professores a distância
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O projeto “Enxergando o futuro” foi criado no ano passado pela empresária Daniela Reis Frontera. Aos 23 anos, ela foi diagnosticada com uma doença rara nos olhos e, diante das dificuldades de encontrar um lugar para aprender braile, decidiu criar o projeto, com aulas presenciais gratuitas em Duartina.
A empresária conseguiu apoio da prefeitura, que cedeu o local das aulas, na sede da Assistência Social de Duartina, e adotou o método com o qual foi alfabetizada, que utiliza tampinhas de plástico e bolinhas de gude.
As tampinhas são colocadas numa base de papelão e servem de “forma” para receber as bolinhas, que ocupam as posições dos pontos que formam cada letra. (Veja no vídeo como funciona o método)
Empresária com baixa visão cria projeto para ensinar braille a deficientes visuais
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Com pandemia, projeto de professora de braile ganha versão online e novos alunos em todo país
