Para economista, redução de novos empreendimentos foi puxada pelas medidas de distanciamento social e realidade de encerramentos de CNPJ será perceptível nos próximos meses. Movimento em área comercial da região central de Piracicaba em meio da pandemia: vigilância faz alerta
Pedro Santana/ EPTV
Com o avanço da pandemia do novo coronavírus, a criação de novas empresas nas cinco maiores cidades da região de Piracicaba (SP) teve queda 28,9% nos sete primeiros meses de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado: foram 1,9 mil aberturas em 2020, e 2,6 mil em 2019.
Os dados são da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) e incluem os municípios de Piracicaba, Limeira (SP), Santa Bárbara d’Oeste (SP), Cosmópolis (SP) e Nova Odessa (SP) – veja, na reportagem, a tabela com a situação de cada um.
O economista e professor da Escola de Engenharia de Piracicaba (EEP) Francisco Constantino Crocomo afirma que, com as medidas de distanciamento, “já era de se esperar a redução de novas empresas”.
Ao mesmo tempo, a quantidade de empreendimentos fechados foi menor em 2020: 1.332 contra 2.106 no ano passado – variação de 36,7%. No entanto, Crocomo explica que a real situação de baixas será visível apenas nos próximos meses.
“Muitas empresas, na prática, já encerraram as atividades por conta da pandemia. Acontece que que elas ainda não deram entrada no processo burocrático de encerrar o CNPJ”, diz.
“Possibilidades como suspensão do contrato e redução da jornada de trabalho também seguraram um pouco os fechamentos, além dos empréstimos”, acrescenta o especialista, dizendo que “ainda há dificuldade de muitas empresas em ter acesso aos programas”.
Comparativo de empresas abertas e fechadas em 2019 e 2020
Comércio lidera aberturas e fechamentos
Dados da Jucesp mostram que as empresas do setor do comércio e de reparação de veículos automotores e bicicletas são as que lideram as aberturas e também as baixas de janeiro a julho de 2020, no acumulado das cinco maiores cidades da região.
“O comércio teve que fechar, porque era onde aglomerava mais. Questões mais essenciais ficaram abertas, como o setor de alimentação. E com menos carros nas ruas, também diminuiu a procura por oficinas”, avalia Crocomo.
O levantamento da Jucesp indica que voltou a crescer a quantidade de novas empresas entre maio e julho – situação que o economista acredita ocorrer por conta das possibilidades de empreendedorismo pela internet e por delivery.
Confira as constituições e baixas de empreendimentos mês a mês:
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