Levantamento mostra que 295 unidades de ensino infantis fecharam as portas entre abril e julho na metrópole. Escolas particulares da região de Campinas fecham as portas em meio à pandemia
A crise financeira provocada pela pandemia do novo coronavírus afeta o setor da educação privada, em especial creches e escolas infantis. Dados da Receita Federal mostram que 295 estabelecimentos fecharam as portas em Campinas (SP) entre abril e julho deste ano, o que representa, em média, que a cidade perdeu uma unidade de ensino a cada 9 horas.
Equacionar o aumento da inadimplência e a queda nas receitas virou o desafio para as escolas, principalmente as de pequeno porte, e muitas não resistiram.
“Muitas dessas escolas quebraram, e quebraram literalmente. Normalmente são escolas familiares, escolas pequenas, que a família que trabalha. É uma situação absurda”, opina Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp).
Número de escolas fechadas em Campinas
Abril: 63
Maio: 78
Junho: 73
Julho: 81
Receita registrou o fechamento de 295 creches e escolas infantis de Campinas (SP) em quatro meses
Reprodução/EPTV
Quem não fechou as portas, teme pelo futuro se a situação não melhorar. Diretora de uma escola infantil de Campinas, Rose Campos conta que a unidade ainda manteve os 23 funcionários, mas precisou fazer ajustes no orçamento.
“A gente teve que abrir ampla negociação com fornecedores, não fez investimentos que previa, e também questão do aluguel. Graças a Deus a gente conseguiu negociar, mas nem todas as escolas conseguiram”, diz.
Segundo Rose, as escolas infantis, em geral, não tem tanto fôlego assim para continuar nesse cenário. Segundo ela, a possibilidade de retomar o atendimento, mesmo que parcial, seria uma saída para recuperar parte do orçamento.
“Nossa ideia é deixar deixar de conceder os descontos a partir do momento que volte a prestar o serviço. Além disso, se não tivermos a continuidade da redução de jornada ou suspensão de contrato, hoje não temos como admitir 100% da nossa folha de pagamento. Se 100% da folha voltar, a gente não consegue manter as despesas”, completa Rose.
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