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A pandemia do Covid-19 afetou a todos nós. Nada ficou no lugar. O medo do contágio, o isolamento, as alterações das relações sociais e a dificuldade em fazer planos para o futuro são alguns dos fatores que atingiram em cheio a nossa saúde mental. Com isso, muitos problemas emocionais iniciaram ou se agravaram com a pandemia. E não é pra menos, afinal, estresse e ansiedade são reações comuns em um contexto de insegurança, como este que estamos vivendo.
Para minimizar o sofrimento, como defesa, cada um reagiu de uma maneira. Alguns buscaram conforto emocional através da comida, da bebida, utilizando excessivamente a Internet ou se isolando ainda mais, ocasionando um adoecimento psíquico que, para muitos, se manifestou através de reações depressivas.
Assim, o crescimento de casos de depressão já era esperado uma vez que, além da alteração brusca da rotina, a pandemia, para muitas pessoas, resultou na perda de entes queridos, em desemprego, na interrupção dos negócios, no desgaste das relações, e outros desdobramentos nada favoráveis. Contudo, o pior de todos, é a angústia frente à incerteza de quando sairemos desse túnel sombrio, o que potencializa o sofrimento psicológico.
A depressão é uma doença carregada de muito preconceito que, somado ao desconhecimento dos sintomas, dificulta a busca por ajuda. A tristeza é um ponto. Uma vez que é um sentimento comum ao ser humano, alguns a classificam como passageira, mascarando a depressão. Entretanto, é preciso prestar atenção, pois na depressão a tristeza é persistente e duradoura, transformando tarefas rotineiras, mesmo as prazerosas, num pesar.
Os sintomas da depressão são variados e alguns chegam a ser opostos. Há pessoas que dormem demais ou comem demais, outras não sentem fome e outras se alimentam pouco. Desanimo, apatia, ansiedade, angustia, irritabilidade, dificuldade de concentração ou até mesmo para decidir algo, são alguns dos indícios da depressão. Mas ela pode se manifestar de outras formas e não apenas psicologicamente como muitos pensam. Adoecimentos frequentes e dores pelo corpo, por exemplo, podem ser sinais de um quadro depressivo.
E esta doença tem cura? Claro! Além da importância do tratamento farmacológico e psicoterápico, neste período de pandemia é preciso refletir sobre os processos de mudanças que vem ocorrendo e procurar aceita-los. Não é fácil mudar. Porém, lutar contra isso só aumentará a frustração e a insatisfação, características deste momento.
Mudar implica em ver não só a realidade externa sob um ângulo diferente, como também a nossa realidade interna. A pandemia, e toda a alteração dos hábitos cotidianos, nos fez refletir o nosso sistema de crenças e o significado que atribuímos às situações, possibilitando construir um novo sentido com uma visão mais positiva. Não é apenas perguntar o que queremos ou reavaliar nossos desejos. É preciso traçar metas para conquista-los. E o momento, mesmo sendo incomodo, nos faz este convite. Aproveite! Isso fortalece a autoestima.
Créditos: Joselene Alvim – psicóloga