Doar sangue: ato de amor e responsabilidade social


Campanha Junho Vermelho destaca a importância da doação nessa época do ano Com a chegada do inverno, os bancos de sangue no mês de junho tendem a ter uma baixa no estoque por conta da queda das temperaturas e do aumento da incidência de doenças respiratórias.
Somado a isso, o isolamento social recomendado pelos órgãos competentes como medida de combate ao coronavírus afetou o número de doações realizadas nos últimos meses.
A maioria dos hemonúcleos das cidades em que as Unimeds do Centro-Oeste Paulista estão localizadas realizam a coleta de sangue e todas as doações são bem-vindas.
Esse processo está sendo realizado normalmente durante a pandemia e todos os profissionais envolvidos estão devidamente paramentados com equipamentos de proteção individual (EPIs) para proporcionar mais segurança e proteção ao doador.
O tipo sanguíneo O+ é o mais comum, existindo em 36% da população brasileira. Consequentemente, é bastante utilizado. Já o tipo O- existe em 9% da população e é conhecido como doador universal, pois é possível utilizá-lo na falta de qualquer outro.
Em Lins, onde já havia, desde dezembro de 2019, um decréscimo nas coletas locais pelo fato de o hemonúcleo passar por um período de readequações, os doadores foram direcionados à Marília.
A iniciativa é muito importante, pois o hemonúcleo de Marília necessita de 60 doadores de sangue por dia. Essa quantidade sofreu alterações devido à pandemia, tanto que em alguns dias do mês de maio chegou a receber apenas 18 doadores.
Em Ourinhos, o ideal é que haja cerca de 500 doações por mês, mas os números seguem abaixando. Em Bauru, o hemonúcleo do Hospital de Base registrou 1426 doações em março e apenas 897 em maio, uma queda de 37,09%.
Em Adamantina e Botucatu, as doações ocorrem normalmente. Inclusive, o Hospital da Unimed Botucatu Unidade I não atende casos de síndrome gripal, a entrada do posto de coleta é independente, há estacionamento privativo e as doações são agendadas.
Em Presidente Prudente houve uma queda de 20% no número de doações entre janeiro e maio de 2020 e para não faltar bolsas de sangue dos tipos mais raros, o Hospital Regional possui um sistema de fenotipagem estendida para todos os pacientes politransfundidos.
Ou seja, toda vez que se percebe que um tipo sanguíneo possui baixo estoque, a instituição entra em contato com os candidatos e solicita a doação. Isso está sendo feito durante o período de isolamento.
O hemocomponente que teve a maior baixa no número de doações mais significativa é a plaqueta. Para se ter uma noção, entre janeiro e maio apenas 54 pessoas doaram.
Campanha Junho Vermelho
A campanha Junho Vermelho incentiva os indivíduos a doarem sangue, ação que auxilia pessoas em tratamentos de grande complexidade, como transfusões, transplantes, procedimentos oncológicos e cirurgias.
O sangue também é indispensável para que pacientes com doenças crônicas graves possam viver por mais tempo e com mais qualidade, além de ser vital para tratar feridos em situações de emergência, de acordo com o Ministério da Saúde.
O procedimento é simples e rápido. Não há riscos para o doador, porque nenhum material usado na coleta do sangue é reutilizado, o que elimina a possibilidade de contaminação.
Uma única doação corresponde a 450ml de sangue e pode salvar até quatro vidas. Para doar, procure uma unidade de coleta, como o hemonúcleo.
Doar sangue é um gesto solidário
Getty Images
A fim de oferecer um processo seguro, são feitas algumas exigências para quem quer doar sangue. Entre elas, ter entre 16 e 69 anos e pesar mais de 50kg. É necessário apresentar um documento de identidade e os menores de 18 anos só podem doar com consentimento formal dos pais. Os requisitos, impedimentos e cuidados pós-doação são instituídos pelo Ministério da Saúde.
Requisitos
Estar alimentado. Evite alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue;
Caso vá doar após o almoço, aguardar duas horas;
Ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas;
Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos;
A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três doações de sangue anuais para as mulheres;
O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.
Impedimentos temporários
Gripe, resfriado e febre: aguardar sete dias após o desaparecimento dos sintomas;
Período gestacional;
Período pós-gravidez: 90 dias para parto normal e 180 dias para cesariana;
Amamentação: até 12 meses após o parto;
Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação;
Tatuagem e/ou piercing nos últimos 12 meses (piercing em cavidade oral ou região genital impedem a doação);
Extração dentária: 72 horas;
Apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes: três meses;
Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem sequelas graves, tireoidectomia, colectomia: seis meses;
Transfusão de sangue: um ano;
Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina;
Exames e procedimentos com utilização de endoscópio nos últimos seis meses;
Ter sido exposto a situações de risco acrescido para infecções sexualmente transmissíveis (aguardar 12 meses após a exposição).
Impedimentos definitivos
Ter passado por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade;
Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas;Uso de drogas ilícitas injetáveis;
Malária.
Cuidados pós-doação
Evite esforços físicos exagerados por pelo menos 12 horas;
Aumente a ingestão de líquidos (água);
Não fume por duas horas;
Evite a ingestão de bebidas alcoólicas por 12 horas;Mantenha o curativo no local da punção por, pelo menos, quatro horas;
Não dirija veículos de grande porte, não trabalhe em andaimes e não pratique paraquedismo ou mergulho;
Faça um pequeno lanche e hidrate-se. É importante que o doador continue se sentindo bem durante o dia em que efetuou a doação de sangue.
Quem doa para quem?
Entenda para quem você pode receber e doar sangue.
Dados: Ministério da Saúde. Arte: Carolina Crês/Unimed COP
Doar sangue salva vidas
Dedicar uma parte do dia para ajudar o próximo é simples, possui grande impacto social e doar sangue é uma das formas de contribuir. Bianca Letícia, enfermeira auditora da Unimed COP, mora em Bauru, doa sangue regularmente e explica a importância do ato.
Bianca Letícia já doou sangue cinco vezes
Leonardo Almeida, de 22 anos, já necessitou de bolsas de sangue. No início de 2018, ele sofreu um acidente automobilístico e ficou internado por 33 dias. Destes, 20 em coma. A doação de sangue foi importante para que pudesse sobreviver e, hoje, é grato à quem realiza a ação.
“Se temos a oportunidade de salvar uma vida, não devemos hesitar”, relata Leonardo Almeida
Enquanto se recuperava do acidente, Leonardo escreveu o livro de poesias “21 anos em 12 meses”. Esse período o transformou e, atualmente, ele concilia seu trabalho com a música e a poesia hip hop.
Lançamento do livro de poesias do Leonardo foi um marco em sua vida.
Créditos: Reprodução/Instagrampara
Autora: Amanda Medeiros
Fonte: Unimed Centro-Oeste Paulista

By Midia ABC

Veja Também!