Na fase amarela, município acumulou média de 40%. Nesse período, casos positivos de Covid-19 aumentaram 76%, conforme novo levantamento feito pelo G1. Índice de adesão de Presidente Prudente ao isolamento social no Estado, em 15 de junho
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Os 15 dias com a quarentena flexibilizada, com a chamada retomada consciente da economia, terminaram com média de 40% de adesão ao isolamento social em Presidente Prudente. Foram nove vezes com o resultado mais baixo do Estado, de acordo com o Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi-SP) do Governo de São Paulo.
Nesta segunda-feira (15), último dia com o comércio aberto no município, a taxa ficou em 38% e foi a segunda menor do Estado. O pior percentual foi em Araraquara (37%). No grupo vermelho ainda constam Assis, com 39% e Barretos e Itapeva, ambos com 40%.
Fase amarela
No dia 1º de junho teve início a primeira etapa do Plano São Paulo, que classificou o Estado pelos Departamentos Regionais de Saúde (DRS). A cidade de Presidente Prudente foi colocada na fase 3, amarela, que permitia uma abertura maior de setores e o retorno as atividades no comércio com restrições.
De acordo com o Simi, durante os 15 dias, Prudente teve o menor índice do Estado nove vezes, entre as 104 cidades monitoradas. Na fase anterior da quarentena, que durou 69 dias, a cidade foi a última do ranking 12 vezes. Com a segunda pior taxa foram três vezes. Entre os dez percentuais mais baixos foram 12 vezes. As melhores posições no ranking, em ordem crescente, foram a 26ª colocação, no dia 6, e 13ª no dia 7, sábado e domingo, respectivamente.
Os percentuais variaram entre 37% e 39% de segunda a sexta-feira, e 39% e 47% aos sábados e domingos. Houve apenas um feriado: 11 de junho, Dia de Corpus Christi, com 44% de adesão ao isolamento social.
A média dos 15 dias de junho foram 40%. Nos 69 dias da quarentena restritiva, entre 24 de março e 31 de maio, a média registrada foi de 43,8%.
Índice de adesão de Presidente Prudente ao isolamento social no Estado, em 15 de junho
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Evolução da Covid-19 em 15 dias
No dia 1º de junho, o boletim oficial da Prefeitura de Presidente Prudente informou os seguintes dados sobre o novo coronavírus:
Notificações: 821
Casos confirmados: 149
Casos descartados: 643
Casos suspeitos: 29
Hospitalizados: 17
Mortes: 10
Curados: 109
Depois de 15 dias, houve um salto para:
Notificações: 1.301
Casos confirmados: 263
Casos descartados: 937
Casos suspeitos: 101
Hospitalizados: 28
Mortes: 13
Curados: 157
Comparando os números do início e término, o aumento em porcentagem é o seguinte:
Notificações: 58%
Casos confirmados: 76%
Casos descartados: 45%
Casos suspeitos: 248%
Hospitalizados: 64%
Mortes: 30%
Curados: 44%
Reflexos
O médico infectologista Rodrigo Sala Ferro afirmou ao G1 que o cenário nesses 15 dias não é nada bom.
“A gente pode analisar que o cenário está cada vez mais catastrófico. Não foi feito o isolamento adequado. A gente ficou em uma fase boa [da flexibilização da quarentena] por causa da quantidade de leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e ser um município com bastante recurso. Porém, temos uma curva de casos elevada ainda e é reflexo dos últimos dias”, falou.
Sobre a relação da baixa adesão ao isolamento social e a explosão de casos positivos, o infectologista falou que agora vão aparecer os reflexos da reabertura do comércio.
“O início da reabertura do comércio está refletindo agora e vamos ter reflexos nas próximas semanas até completar o último dia de comércio aberto. porque o paciente começa a ter sintomas com cinco dias e meio e depois a forma grave no sétimo dia depois do início dos sintomas, geralmente é depois de duas semanas”, explicou ao G1.
Por isso, Ferro alertou para um aumento grande dos casos positivos, já que a disseminação foi acelerada com a maior quantidade de pessoas circulando. “Os índices de casos vão cada vez mais se multiplicando e aumentando cada vez mais nesse período”, salientou.
O médico ainda destacou que é importante as pessoas se atentarem para a gravidade da doença e para que todos respeitem a quarentena e o isolamento social, agora que o município passou para a fase 1, vermelha, de maior restrição e com o comércio fechado.
“Com o retorno da quarentena, a pessoa precisa respeitar o isolamento social. Não adianta a pessoa fazer uma quarentena de mentirinha, só não ir ao comércio, não ir à academia e continuar fazendo festa. Isso dissemina a doença. E o que a gente está vendo muito é justamente isso: pessoas internadas que frequentaram os mesmos lugares, festas, churrascos, assistiram lives juntas”, finalizou ao G1.
O município
O G1 questionou novamente a Prefeitura de Presidente Prudente sobre o monitoramento da adesão ao isolamento domiciliar e os baixos resultados nos últimos 15 dias. Por meio de nota, o Poder Público enviou o seguinte posicionamento:
“O Governo de Presidente Prudente entende que a flexibilização da quarentena, adotada nas duas últimas semanas, naturalmente motivou um deslocamento maior de pessoas, que influenciam nos dados apurados pelo governo do estado. A taxa de isolamento preocupa, já que, embora tenha se iniciado o processo de flexibilização, a quarentena no Estado continua e, enquanto não há vacina, a melhor forma de prevenir o contágio pela Covid-19 é o isolamento social”.
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