Com robôs contra a solidão e a depressão, alunos mostraram que é possível manter a criatividade, mesmo longe da sala de aula. Para descontrair aulas à distância, alunos de Mogi criam “robôs”
A tecnologia, indispensável na rotina de muitas crianças e adolescentes, precisou ficar de lado em uma atividade desenvolvida por alunos de uma escola estadual de Mogi das Cruzes. No lugar, os estudantes usaram a criatividade, papelão e tesoura para criar robôs “desplugados”, que oferecem soluções para a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Em cada detalhe, uma surpresa. No robô de papelão feito pela estudante Luna Clara da Silva Rogério, tem um pouco de amor, de carinho e de aventura. Até parece um amigo do peito, companheiro para todas as horas. Inspirado no personagem de um filme, o robô é resultado de um trabalho desenvolvido por uma escola do distrito de Sabaúna.
“A proposta que a gente tinha era tecnologia. A aula é de tecnologia. A disciplina é uma disciplina nova, que veio agora para ficar. Então essa é uma atividade que a gente tinha no caderno do aluno, onde tinha um site que era ‘desplugado’, sem uso do recurso digital”, explica a professora Eunice Rodrigues Guedes.
“Aí o que eu pensei: tenho que adaptar essa atividade. Aí eu solicitei para que os alunos fizessem o robô e, desse robô, falei para eles colocarem nome no robô e fazer o marketing. O que o robô dele poderia ajudar nesse momento de pandemia?”, completa.
Cada aluno fez o seu. Terminado o trabalho, hora de vender o peixe. Em um vídeo, publicado na internet, cada aluno divulgou o próprio robô, destacando os diferenciais e o que há de melhor em cada um. Cada parte do trabalho foi avaliada.
Como as aulas presenciais estão suspensas por causa da pandemia, a escolha dos vencedores teve que ser feita de longe, por meio de uma votação no WhatsApp. O robô da Luna, que ela batizou de Romeu, foi o grande vencedor.
Estudantes de Mogi deixam tecnologia de lado e criam ‘robôs’ com soluções para a pandemia
Reprodução/TV Diário
“A gente teve que pegar a montagem dele e a gente foi pegando os vídeos no YouTube para ver as medidas e tudo. Eu fui pedindo ajuda para a minha mãe colar com cola quente e foi isso”, comenta. “Eu acho que porque Romeu e Julieta são duas pessoas. Como meu Wall-E está sozinho, acho que dei o nome de Romeu porque ele precisa de uma pessoa para acompanhar ele”, completa a estudante.
Quem também se destacou foi o robô do Dani Antonio Marciano. O colorido das tampinhas de garrafa deu um charme especial. Os braços foram feitos com rolos de papel higiênico e as pernas com garrafinhas de suco. Para o menino, a atividade foi mais uma oportunidade para ser criativo.
“Foi muito legal, porque eu sempre gostei de mexer com essas coisas de criar, com a minha imaginação. Achei muito legal a atividade proposta pela professora”, afirma.
Ele ainda fala sobre os diferenciais do robô. “Muita gente nessa pandemia está passando por depressão e tédio. Com ele, ele não vai te deixar nem com tédio em com depressão. Ele tem um armazenamento onde guarda todas as suas brincadeiras e diversões”.
Para a professora Eunice, sobra orgulho. “Eu tive um surpresa muito linda com o retorno dos alunos. Eles trouxeram, mandaram para mim através do WhatsApp. Robôs falando sobre a falta de poder ficar junto desse momento. O amor, o carinho ao próximo. Os cuidados que as pessoas deveriam ter nesse momento usando álcool, máscara”.
Estudantes de Mogi deixam tecnologia de lado e criam ‘robôs’ com soluções para a pandemia
