Estudantes de SP reclamam de falta de desconto em mensalidades de universidades

Alunos relatam aulas virtuais cheias e dificuldade em negociar com as instituições. Universidades de São Paulo não dão descontos durante a pandemia e alunos reclamam do valor
Alunos da cidade de São Paulo reclamam da falta de desconto nas mensalidades das universidades particulares durante a pandemia. Segundo eles, as aulas virtuais estão cheias, mas não há negociação com as instituições.
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Gilmar Lozano Júnior é estudante de direito da unidade Tatuapé, na Zona Leste, da Universidade Paulista. As aulas têm sido à distância desde março por causa da pandemia do coronavírus e ele afirma que as aulas têm reunido mais de 200 alunos.
“Estamos tendo vários problemas com relação a acesso. Com relação a interação com os professores, as nossas dúvidas não são sanadas. O professor nem sempre tem acesso às nossas dúvidas e isso está dificultando ainda mais todo o processo de aprendizado.”
Erika Izabel também é aluna de direito da Unip. Ela é autônoma e conta que tentou reduzir o valor das mensalidades, porque perdeu a renda durante a pandemia, mas não conseguiu,
O sindicato que representa as universidades particulares afirma que é uma situação delicada, mas que as universidades também perderam renda durante o período.
Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, afirma que as universidades perderam muitos alunos e que, em alguns casos, foi necessário juntas turmas.
“É uma situação bastante delicada, porque você teve perdas de alunos, gerou perda de sustentabilidade, as escolas tiveram que trabalhar com turmas um pouco maiores e isso no formato remoto prejudica mesmo a interação.”
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) afirma que a melhor maneira de se resolver a situação é dialogando e não buscando a Justiça.
“É perceptível a queda da qualidade do ensino dos métodos e das atividades de várias instituições. Quando isso acontece, é natural que as pessoas vão exigir no valor das mensalidades, sendo que elas vem sendo leais também às instituições e pagando em dia, sem estar podendo pagar. Isso é uma falha grave, um erro grave da instituição. Não é justo que, nesses casos, o aluno seja cobrado no valor integral da mensalidade, se o serviço está visivelmente muito diferente do que o que foi contratado.”

By Ellena Gomes

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