Falta de chuvas na região gera impactos nas represas do Sistema Alto Tietê


De acordo com dados da Sabesp, no Sistema Alto Tietê, choveu apenas 2,04 milímetros do início de agosto até agora. Média histórica do mês é de 36,2 milímetros. Falta de chuva gera impactos nas represas do Alto Tietê
Mogi das Cruzes está entre duas grandes bacias hidrográficas: a do Rio Tietê e do Rio Paraíba do Sul. Para que o volume dos cursos d’água não diminua, é preciso que a vegetação perto dos rios seja preservada e recuperada, objetivo de um projeto na cidade.
A ação de plantio de mudas ajuda também neste momento de estiagem. Faz semanas que não chove na região, e os reflexos já podem ser vistos nas represas do Sistema Alto Tietê.
De acordo com dados da Sabesp, choveu do começo do mês até o momento, no Sistema Alto Tietê, apenas 2,04 milímetros. Restam pouco mais de duas semanas para o fim de agosto, e falta muito para a pluviometria chegar à média histórica do mês, que é de 36,2 milímetros.
Nesse cenário, os reservatórios da região trabalham juntos com 65,4% da capacidade total. A represa do Rio Jundiaí, no Distrito de Taiaçupeba, é a que hoje opera com menor capacidade: 21,4%. A vegetação que ficava submersa começa a aparecer.
“Sempre venho aqui e, de uns dias para cá, tenho notado que abaixou muito a água. Até esses dias a comporta estava fechada. Ele estava abaixo, mas não estava abaixando diariamente. Agora, diariamente ele está abaixando bem, cerca de 10 centímetros por dia”, relatou o microempresário Nivaldo Hirata.
Segundo a Defesa Civil de Mogi das Cruzes, a última chuva na cidade foi no dia 30 de julho, e nem foi tanta: só 5,7 milímetros. São 13 dias sem chuva, e já é possível ver sinais de alerta. O marco do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que normalmente fica rodeado de águas da represa, já está bem longe da margem.
Impactos da falta de chuva podem ser vistos nas represas da região
Reprodução/TV Diário
Sempre que consegue, o impressor Luciano Francisco Pires vai até a represa para pescar, mas, nos últimos dias, a situação tem ficado bem difícil.
“Peixe grande não sai. Você já tem que vir na intenção de pecar os pequenos. Está cada vez pior. A represa abaixando mais. Fica difícil de pegar os peixes”.
Dos cinco reservatórios do Sistema Alto Tietê depende o abastecimento da região, e as represas são alimentadas por diversos rios, entre eles o Jundiaí e o Tietê.
Pensando em melhorar a qualidade dos cursos d’água, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente de Mogi está com um projeto de recuperação das nascentes em áreas públicas.
“Aqui na Vila Suíssa, nós temos três nascentes. Nós temos que identificar a área, analisar o solo, analisar o tipo de intervenção antrópica que teve. Nessa área, por exemplo, temos muitas braquiárias e eucaliptos. Nós temos que resgatar as árvores nativas nesta região para impedir que você tenha o assoreamento do curso d’água e a morte da nascente, então, identificando isso, nós vamos fazendo todo o trabalho. Nesta região, já foram plantadas 30 mudas neste ano”, disse o secretário Daniel Teixeira de Lima.
O secretário explica que a recuperação da vegetação pode ajudar nos períodos de estiagem, como o que está ocorrendo no Alto Tietê e em outras regiões.
“As árvores servem como uma espécie de filtro natural da própria água. Quanto melhor a qualidade dessa água, menos você gasta na captação e no tratamento. E você aumenta o volume da água que vai chegar no rio principal ou nos rios que abastecem as cidades”.
A Sabesp informou que, de abril a junho, houve aumento de 5% em média do consumo residencial na região metropolitana de São Paulo em relação a 2019. Isso foi motivado pela mudança nos hábitos de higiene e limpeza, bem como pelo fato de as pessoas ficarem mais tempo em casa, inclusive trabalhando.
A companhia diz que não há risco de desabastecimento, mas reforça que é importante que a população cuide da higiene, mas sempre fazendo uso consciente da água e evitando desperdício.

By Midia ABC

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