Governo de SP anuncia contratação de mil psicólogos para atender alunos e professores da rede pública na pandemia


A reabertura das escolas para atividades de reforço foi autorizada pelo estado no próximo dia 8 de setembro, mas nem todos os municípios vão aderir. O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares
Reprodução/TV Globo
O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (2) que contratou mil psicólogos para atender alunos e professores das 5 mil escolas da rede pública estadual para minimizar os impactos da pandemia na saúde mental. A iniciativa foi baseada em pesquisas que apontam que 75% dos alunos e 50% dos professores tiveram alterações emocionais durante o isolamento.
“O programa Psicólogo da Educação já promoveu a contratação de 1000 psicólogos para atender os 3,5 milhões de estudantes e 250 mil professores e servidores no estado de São Paulo. Já a partir de novembro esses psicólogos estarão trabalhando na rede pública de ensino”, disse o governador João Doria (PSDB).
Segundo o governo, os atendimentos serão feitos inicialmente por vídeo conferência, remotamente, através de uma plataforma digital.
As aulas presenciais no estado de São Paulo foram interrompidas em março, no início da quarentena obrigatória. Desde então alunos enfrentam dificuldades com o ensino à distância. A reabertura das escolas para atividades de reforço foi autorizada pelo estado no próximo dia 8 de setembro, mas apenas 107 dos 645 municípios vão aderir. (leia mais abaixo)
O secretário Estadual da Educação, Rossieli Soares, destaca que houve aumento de casos de transtornos e depressão entre alunos com o isolamento social.
“O aumento da ocorrência desses transtornos, como a depressão, atinge também os docentes e outros servidores, logicamente acaba afetando o próprio cognitivo, a aprendizagem em todos os seus aspectos. Então nós precisamos cada vez mais olhar para a política de apoio da saúde mental, não só durante a pandemia, mas também pós pandemia”, disse o secretário.
De acordo com Rossieli, o programa prevê inicialmente 40 mil horas de atendimento durante a semana que chegarão a 160 mil horas de atendimento por mês e 2,1 milhões de horas de atendimento em cada ano para nossos alunos e servidores da rede.
Segundo o governo, os psicólogos vão apoiar o desenvolvimento das ações do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP) e orientar profissionais sobre possíveis sinais de traumas e abusos entre os alunos.
“Nós temos várias dimensões dentro do programa. Algumas delas são, por exemplo, uma orientação geral de como os professores atuam em determinados casos. Formação de como ele identifica um abuso, quais são os sinais que a criança vai emitindo. E depois que você descobre, qual é o tipo de encaminhamento, qual o tipo de comportamento do professor diante, como encaminha para o sistema. A função do professor mediador permanece, ele será uma ponte fundamental inclusive nesse processo da justiça restaurativa”, disse Rossieli.
Estado vai contratar psicólogos para tratar da saúde emocional de alunos e professores
Volta das aulas presenciais no estado
Secretaria da Educação define datas para retorno das aulas presenciais nas escolas
Um balanço realizado pela Secretaria Estadual de Educação aponta que apenas 107 dos 645 municípios do estado de São Paulo planejam reabrir as escolas na próxima terça-feira (8) para atividades complementares. A capital paulista, que tem 3 milhões de alunos em toda rede de ensino, é uma das cidades que não liberou a volta.
O governo estadual autorizou escolas públicas e privadas de regiões que estão há pelo menos 28 dias na fase amarela do plano de flexibilização econômica a reabrir para reforço escolar e atividades complementares a partir do dia 8 de setembro, mas as prefeituras têm autonomia para permitir ou vetar a medida. O retorno das aulas da grade normal está previsto para 7 de outubro.
As regras para a reabertura foram publicadas no Diário Oficial desta terça-feira (1°) e governo anunciou que pagará adicional aos professores da rede pública que voltarem a trabalhar presencialmente. As aulas regulares devem continuar pela internet, no ensino à distância.
A secretaria também divulgou quais séries terão o retorno prioritário no estado de SP:
1º e 2º anos do Ensino Fundamental, que é o período de alfabetização;
5º e 9º anos do Ensino Fundamental;
3ª série do Ensino Médio
Em setembro, só poderão ser oferecidas atividades de reforço, orientação de estudos, plantão de dúvidas, avaliações, acolhimento emocional e atividades culturais. Atividades de educação física podem ser feitas – mas respeitando o distanciamento de 1,5 m – e de preferência, ao ar livre.
Estão proibidos: feiras, palestras, reuniões e campeonatos esportivos.
Além dos protocolos de distanciamento, uso obrigatório de máscaras, disponibilização de álcool em gel, entradas e saídas escalonadas, as escolas poderão receber presencialmente, por dia, até 20% do total de alunos em todas as séries.
Na merenda, será dada preferência a alimentos que não exigem manipulação ou preparo, a chamada merenda seca.
A participação dos alunos nas atividades presenciais não é obrigatória. Os estudantes do grupo de risco pra Covid-19 não podem voltar e professores e servidores só voltam se assinarem um termo de responsabilidade.
Cidade de São Paulo
No caso da cidade de São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) barrou a reabertura após resultado do inquérito sorológico, mapeamento feito pela gestão municipal, apontar que mais de 64% de crianças e adolescentes que já tiveram contato com a Covid-19 na cidade são assintomáticas. Na segunda etapa do estudo, o percentual de alunos assintomáticos aumentou para 70%.
Covas afirmou que só decidirá se vai liberar a volta das aulas presenciais na cidade ainda em 2020 após o resultado da terceira etapa do inquérito sorológico em estudantes, que sairá em 15 de setembro.
Possível adiamento
O governo de São Paulo também também monitora experiências internacionais. Em Wuhan, cidade da China onde a pandemia começou, as aulas foram retomadas nesta terça-feira.
Em Paris, na França, apesar das orientações, alguns alunos não conseguiram manter o distanciamento. Em Nova York, nos Estados Unidos, o prefeito cedeu à pressão de professores e diretores de escolas e adiou a volta às aulas do dia 10 para 21 de setembro.
O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, não descarta tomar a mesma decisão e adiar o início das aulas presenciais, programadas para 7 de outubro.
“Durante o mês de setembro vamos avaliando com mais cuidado, aprendendo com essas iniciativas para preparar o retorno para outubro ou avaliando durante o mês se a data é apropriada”, disse.
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By Midia ABC

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