Estudo também aponta que os casos não chegaram à Secretaria Municipal de Saúde. Dado é baseado no resultado final dos inquéritos epidemiológicos realizados com voluntários na cidade. Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/EPTV
O relatório final do inquérito epidemiológico feito pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (SP), pelo Hospital das Clínicas (HC) e pela Secretaria Municipal de Saúde estima que 85% dos pacientes infectados com a Covid-19 no município são assintomáticos e não procuraram atendimento médico.
Os dados são baseados em estudos feitos em duas fases, sendo a primeira em maio e a segunda em junho, mas não se alteram agora, em setembro, de acordo com o infectologista Fernando Belíssimo, coordenador da pesquisa.
Em junho, após aplicação de testes em moradores de 700 casas, a pesquisa estimou que 2,37% dos voluntários já tinham sido infectados pelo novo coronavírus, o que representava 16.670 pessoas. No entanto, o número divulgado pela Prefeitura à época estava na casa dos 2,3 mil pacientes.
Moradora tem amostra coletada durante a primeira fase do inquérito epidemiológico em Ribeirão Preto, SP
Cedoc/EPTV
Diante disso, o inquérito concluiu que para cada caso notificado pelo sistema de vigilância epidemiológica, 6,6 são assintomáticos. A mesma proporção é válida agora que a Secretaria Municipal de Saúde confirma 22.355 casos da doença, segundo Belíssimo.
“Nosso sistema de vigilância não mudou. Nós não passamos a procurar de maneira diferente os pacientes. Os protocolos seguiram a mesma linha. A expectativa é essa, que a maioria dos pacientes não tenha sintomas ou tenha sintomas bem leves”, explica.
Se por um lado é positivo saber que a maioria dos casos não é grave, por outro o infectologista reforça a necessidade de se manter os cuidados sanitários por todos, já que a probabilidade é grande de a pessoa não saber que está infectada.
“Tem que usar máscara sempre, usar álcool em gel sempre, evitar aglomeração, porque tem um monte de gente que está com Covid, mas ninguém sabe que tem, porque não está tossindo, não está espirrando, não está com febre”, alerta.
Movimento no Centro de Ribeirão Preto na primeira semana de junho durante reabertura do comércio
Cedoc/EPTV
Belíssimo afirma que a USP estuda a possibilidade de fazer uma terceira etapa do inquérito epidemiológico até o final do ano. O objetivo é avaliar os impactos da reabertura de diversos setores da economia nos diagnósticos da doença.
Desde 8 de agosto, Ribeirão Preto está na fase amarela do Plano São Paulo, que permite a abertura de bares, restaurantes, academias, lojas e shoppings, além de escritórios e concessionárias, com restrições.
Uma nova atualização do mapa de retomada pelo governo paulista será feita nesta sexta-feira (4).
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