Estudo mostra também que, nessa faixa etária, homens representam mais de 60% dos óbitos. Cuidados com idosos precisam ser muito maiores neste período de pandemia. Idosos entre 60 e 79 anos são maior parcela das vítimas da Covid-19 no Alto Tietê
Um levantamento fornecido pelo Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) à TV Diário mostra que idosos que têm entre 60 anos e 79 anos são os que mais morreram em decorrência do novo coronavírus na região. Dentro dessa faixa etária, os homens são os mais atingidos e representam mais de 60% dos óbitos.
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Os idosos fazem parte do grupo de risco da Covid-19 e têm mais chances de apresentar complicações por conta da doença. Por isso, quem convive com eles precisa ter muita atenção com as atitudes no dia a dia.
“Não estou saindo mais. No momento estou só trabalhando. Mas, de resto, a gente já não se abraça mais, não tem mais beijo. E torcendo para que acabe logo isso para podermos nos aproximar novamente”, disse a recepcionista Bárbara Battani.
A coordenadora da Câmara Técnica de Saúde do Condemat, Adriana Martins, explicou os fatores que contribuem para que os idosos de 60 anos a 79 anos representem o maior número de óbitos por Covid-19 no Alto Tietê.
“Os idosos de 60 anos a 79 anos correspondem a um grupo de quase 50% de óbitos por conta de essa faixa etária já ter condições e doenças preexistentes. Entre elas, muitos apresentam hipertensão, diabetes. E esse curso natural da doença já causa também uma baixa imunidade. Então esse conjunto de fatores faz com que esse grupo, de fato, tenha a forma mais agravada da doença, acabe necessitando de internação, e muitos deles precisam de UTI. Então, o tratamento é de maior complexidade e risco”, disse Adriana, que falou também sobre o fato de os homens representarem o maior número de óbitos nessa faixa etária.
“O que a gente pode falar em relação aos homens é que eles têm essas doenças, como diabetes e hipertensão, e é um grupo que acaba não procurando tanto quanto as mulheres os serviços de saúde. Se a gente fala de doenças cardíacas, as mulheres se preocupam mais, procuram tratamento, atividades físicas, e os homens são um grupo que não tem essa atenção que as mulheres têm”.
Levantamento do Condemat mostrou perfil das vítimas fatais no Alto Tietê
Reprodução/TV Diário
Neste período de pandemia, uma das maiores preocupações é quanto à prevenção ao novo coronavírus. Isso porque nem todos os idosos estão respeitando o distanciamento e ficando em casa quando podem. Além disso, alguns também não usam máscara.
“Eu acho que é falta de esclarecimento, de cultura. A gente vê as coisas acontecendo e tem que se cuidar realmente, então a gente procura se cuidar. Eu, meu marido, minha mãe. A pessoa tem que ter consciência do que está acontecendo, porque está feia a coisa”, comentou a aposentada Salete Galvão.
Como não existe uma receita para diminuir uma infecção viral ou bacteriana grave, a orientação é manter as doenças crônicas sob controle, fazer atividades físicas, ter uma alimentação saudável e não fumar e beber em excesso. Também é fundamental manter o distanciamento social.
A empresária Adriana Monteiro vê a avó de 85 anos quase todos os dias para entregar o pão ou as compras da semana. Para ela, esse momento, que antes era rotineiro, tornou-se um dos mais valiosos.
“Neste momento, a gente procura dar as mãos uma para a outra, mesmo que um pouco de longe, e aí ela fala: minha neta querida, eu não posso mais abraçar, não posso mais beijar? E eu falo que não pode. Foi difícil fazê-la entender que não pode sair na rua, que não pode abraçar e beijar neste momento. E, dentro de toda a inocência dela, ela aceitou isso e obedece direitinho. Tem sido muito difícil porque, devido à idade, ela não tem as tecnologias de WhatsApp, de uma chamada de vídeo, então eu ligo para ela. Quando não ligo, ela pede para os vizinhos me ligarem, porque ela quer falar comigo”, conta Adriana.
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Idosos entre 60 anos a 79 anos representam maior parcela de óbitos por Covid-19 no Alto Tietê, aponta levantamento do Condemat
