Menino que partiu a perna em três jogando queimada busca recuperação


Mikael Sundby Nogueira sofreu três fraturas na perna direita após cair durante partida de queimado na escola em que estudava, em Guarujá, no litoral paulista. Mikael Sundby luta por recuperação após sofrer três fraturas no fêmur direito
Arquivo Pessoal
Um estudante de 11 anos luta pela própria recuperação após sofrer três fraturas em uma das pernas durante uma brincadeira escolar em Guarujá, no litoral de São Paulo. Mikael Sundby Nogueira, que praticava natação e artes marciais antes do acidente, voltou a colecionar títulos enquanto batalha, com a ajuda da mãe, para recuperar os movimentos.
Ao G1, Débora Cristina dos Santos Sundby conta que o acidente do filho aconteceu em maio de 2016, enquanto o menino, à época com 7 anos de idade, participava de uma partida de queimada na escola em que estudava. Segundo a mãe, Mikael se desequilibrou ao desviar de uma bola e caiu sobre a perna direita.
O menino ficou no chão da quadra até que, com a ajuda de uma do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Prof. Dr. Matheus Santamaria, o ‘Pam da Rodoviária’, em Guarujá. Apesar da perna do menino estar inchada, a mãe conta que ainda não tinha noção do dano causado pela queda.
“Ele passou por um exame de raio-x e a médica veio até mim gritando, perguntando de onde eu tinha deixado ele cair e dizendo que ia chamar a polícia para mim. Expliquei que ele tinha caído na escola e ela disse que era impossível. Quando recebi o exame, vi que a perna dele tinha se partido em pedaços”, afirma Débora.
Mikael sofreu fratura na perna direita durante brincadeira em Guarujá, SP
Arquivo Pessoal
De Guarujá, Mikael foi removido a um hospital particular em Santos, onde teve a perna imobilizada e passou por procedimento cirúrgico. “Foi uma cirurgia muito difícil, os médicos descobriram que os ossos dele estavam triturados”, explica a mãe. Após a cirurgia, Mikael pode voltar para casa, que foi adaptada para recebê-lo.
A mãe revela, porém, que os problemas surgiram uma vez que, no dia do acidente, ela perdeu o emprego. Sem conseguir custear os tratamentos e as medicações, Débora e Mikael contaram com a ajuda de outras pessoas para que o menino pudesse, aos poucos, se recuperar.
“Precisei implorar para que ele conseguisse fazer as fisioterapias. Decidi até entrar com uma ação contra o Estado, porque entendo que a escola tem a responsabilidade, mas a Justiça entendeu que foi um acidente. Eles entregaram meu filho quebrado e eu não tinha um centavo para custear as medicações”, desabafa a mãe.
Estudante participou de torneio de caratê para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida
Arquivo Pessoal
Recuperação
Mais de quatro anos após o acidente, Mikael já consegue andar, mas não recuperou totalmente o movimento da perna direita e necessita de um andador, conforme explica a Débora. “Ele era uma criança muito ativa, corria, brincava e praticava esportes. Agora, está psicologicamente transtornado por não poder fazer as coisas que gosta”.
Segundo a mãe, a pandemia do novo coronavírus também prejudicou a recuperação de Mikael, já que ele foi impossibilitado de continuar os tratamentos. Mãe e filho, inclusive, chegaram a contrair a doença. “Ele também tem problemas respiratórios desde novo, que acabaram piorando depois da Covid-19”.
Apesar das dificuldades, Mikael voltou a praticar esportes e disputar campeonatos voltados a pessoas com deficiências e mobilidade reduzida, chegando a conquistar uma medalha de ouro em uma prova de caratê. “Ainda não sabemos se é uma situação reversível ou definitiva, mas quero que ele tenha a oportunidade de vencer na vida”.
“O que não quero é que outras famílias passem pelo que passamos, que ele seja só mais um. Eu quero que ele tenha o tratamento necessário, o respaldo para se recuperar. Essa é a nossa realidade, mas ele já é um campeão”, finaliza.

By Midia ABC

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