Moradores da Zona Sul de SP reclamam de mancha verde que cobre parte da Represa Billings

Pesquisadora alerta que a mancha é tóxica e pode levar à mortandade de peixes e provocar problemas à saúde das pessoas. Moradores da Zona Sul se preocupam com mancha verde que cobre parte da Represa Billings
Moradores da Zona Sul de São Paulo reclamam de uma mancha verde que está cobrindo parte da Represa Billings. O cheiro forte incomoda quem vive no entorno das margens da represa.
Vídeos gravados por moradores no Parque Linear Cantinho do Céu que foi construído para ajudar a preservar os mananciais da Billings. As crianças estão nadando na água, que também tem muito lixo espalhado. Além da mancha, a água também está verde.
A Billings faz parte do sistema Rio Grande, que abastece 1,4 milhão de pessoas em Diadema, São Bernardo do Campo e Santo André. Há um ano estava com a capacidade em 100% e hoje está em 75%.
A pesquisadora Marta Marcondes, da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, explica que com menos água, a concentração de poluentes aumenta. A situação se agrava com calor que favorece a proliferação de microalgas que se alimentam de esgoto.
“São áreas extremamente adensadas e que, infelizmente, o esgoto daquelas residências do entorno chega ao reservatório sem tratamento. E é matéria orgânica que essas algas, essa cianobactérias utilizam para sua alimentação. Então, você tem um cenário muito propício para isso. Você tem comida em grande quantidade e você tem calor que faz com que essas algas se proliferem”, disse Marta.
A pesquisadora alerta que a mancha é tóxica e pode levar à mortandade de peixes como a que ocorreu em novembro do ano passado. Além disso, também pode provocar problemas à saúde de animais e de pessoas.
“É uma toxina que pode afetar tanto a pele como ocasionar lesões nas mucosas, como olho nariz e boca. E pior, né? Se essa criança ou esse animal, ingerir uma parte dessa água, isso pode chegar até o sistema hepático dessas pessoas ou animais. Dependendo da condição de vida desses animais ou dessas crianças, isso pode ser até letal”, disse a pesquisadora.