Cidade conta com nove Unidades de Saúde da Família, pronto socorro, Unidade de Pronto Atendimento e hospital municipal. Hospital Municipal de Mongaguá realizou 5.515 atendimentos entre agosto e setembro deste ano
Divulgação/Prefeitura de Mongaguá
Melhorias na saúde, principalmente no que diz respeito ao atendimento a crianças, é o que esperam moradores de Mongaguá, no litoral de São Paulo. Uma da moradoras que fazem essa reivindicação é a dona de casa Carina da Costa Mercês Pires Ferreira, de 30 anos, mãe de um menino de três.
Ela diz que precisou recorrer ao Hospital Municipal da cidade em agosto, após o filho manifestar dor de cabeça e febre. Até então, a criança recebia a medicação e em seguida era liberada pelos médicos. Na quinta ida ao hospital, segundo Carina, a criança foi internada.
Apesar da medicação que recebia, ela conta que o filho não apresentava melhora. “Pedi para fazer tomografia, mas disseram que eu tinha que esperar ele ficar em coma”, conta Carina, que decidiu tirar a criança da internação em Mongaguá e levá-la para o Hospital das Clínicas, na capital paulista.
O menino ficou internado durante 12 dias e recebeu alta médica em setembro. Segundo a mãe, ele está se recuperando aos poucos.
“Espero que pelo menos na saúde eles deem uma atenção melhor. Sem saúde você não faz nada. Quem depende do SUS [Sistema Único de Saúde] fica de pés e mãos atados, a não ser que faça escândalo, barraco”
Agendamento de consultas e exames
Já a dona de casa Luana Olímpio Barreto, de 31 anos, diz que a filha de 12 fez exames de rotina em fevereiro deste ano. Na ocasião, foi constatado que ela estava com alteração nos triglicérides e infecção na urina. Luana conta que já tinha consulta marcada para abril, mas o atendimento foi cancelado devido à pandemia.
Em agosto, ela conseguiu passar por consulta na Unidade de Saúde da Família (USF) Jussara, mas relata que não recebeu um bom atendimento. “A médica veio querer dar o antibiótico para ela tomar depois de seis meses e não pediu nenhum exame novamente”, conta.
“Eu marquei novamente a consulta, meu marido levou, e ele teve que falar cinco vezes para ela [médica] solicitar os exames novamente porque ela não queria pedir. Então fica complicado. Vou dar um remédio para uma criança que fez exame em fevereiro e depois de seis meses a médica quer passar antibiótico sem pedir para fazer exame?”, questiona.
Além de melhorias no atendimento na USF Jussara, ela pede mais agilidade na marcação de consultas na área da saúde especializada. Desde março, ela e a filha esperam por consultas com endocrinologista e urologista.
“Precisam ser mais organizados na questão de consulta especializada. O tempo de espera é muito grande para exames. E para passar com clínico e pediatra na USF também é um pouco demorado”, reforça a munícipe, que diz que é comum ter de esperar um mês ou mais para conseguir marcar consultas na USF Jussara.
Posicionamento
Em nota, a prefeitura de Mongaguá informa que a criança de três anos internada no Hospital Municipal “foi devidamente acolhida e assistida durante todo o período em que permaneceu na unidade, sob a administração de todos os protocolos de atendimento médico, abrangendo os mais diversos procedimentos de estabilização, tratamento, acompanhamento e evolução do quadro clínico”.
Conforme informações da diretoria municipal de saúde e da presidência da Empresa Municipal de Saúde (EMUS), gestora do hospital, no período em que estava internada, “a criança conservou-se plena, consciente, proativa e hidratada, com a sua mãe apropriadamente orientada”.
“A todo instante, a genitora sinalizava às equipes de que a criança era acompanhada em uma unidade de saúde da capital, e que o seu desejo era removê-la para lá. Contudo, apesar de esclarecida de que eram necessários mais exames, cuidados específicos e uma observação especializada permanente, ou seja, sem previsão de alta médica, a mãe decidiu evadir-se com a criança”, afirma a municipalidade.
Em relação à espera de consultas com urologista e endocrinologista, a prefeitura esclarece que as vagas são disponibilizadas pelo sistema CROSS (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), do governo estadual, em uma unidade de referência regional.
“As Unidades de Saúde (USF) de Mongaguá também suspenderam a maior parte dos atendimentos, em decorrência da pandemia. Apenas pacientes com sintomas gripais estavam sendo atendidos nos postos de saúde. Os serviços das USFs foram retomados no início de agosto, contudo, devido ao acúmulo de pacientes a serem atendidos, ainda não foi possível diminuir o tempo de espera para consultas e exames. O tempo médio para a realização de consultas e exames laboratoriais é de 30 dias”.
Ainda de acordo com a prefeitura, a cidade conta com nove Unidades de Saúde da Família e cada uma realiza, em média, mil atendimentos mensais. No período entre 1º de agosto e 30 de setembro deste ano, o Hospital Municipal Dra. Adoniran Correa Campos realizou 5.515 atendimentos.
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