Moradores do Alto Tietê reclamam da falta de medicamentos em farmácias de alto custo


Moradora de Itaquaquetuba não consegue retirar remédio que filho com linfoma de Hodgkin utiliza. Uma moradora de Mogi também não encontra medicação para esclerose múltipla. Um medicamento, por mais simples que seja, é sempre importante para um doente. Agora, quando a vida do paciente depende dessa medicação ela passa a ser imprescindível. E a falta do remédio pode representar uma corrida contra o relógio para sintomas mais graves e até a morte. É o caso de dois pacientes do Alto Tietê: uma com esclerose múltipla e outro com linfoma de Hodgkin. A Secretaria Estadual de Saúde afirma que os dois vão receber os remédios em breve.
O jovem Marco Aurélio dos Santos, de 23 anos, luta contra um linfoma de Hodgkin há seis anos. Ele mora em Itaquaquecetuba com a mãe, Maria Aparecida Conceição dos Santos que retira o medicamento para o tratamento do linfoma na Farmácia de Alto Custo do bairro do Bom Retiro na capital.
Maria Aparecida conta que, por meio de uma liminar, conseguiu que o governo forneça o remédio Nivolumabe no ano passado. “Desde o ano passado conseguimos esse remédio, mas agora começou a faltar.”
O rapaz precisa da medicação a cada 15 dias, mas a mãe afirma que desde o dia 27 de agosto ele está sem. “Ele estava ruim antes do medicamento e essa medicação fez ele ficar bem. O medicamento é caro, custa R$ 40 mil uma aplicação”, diz a mãe do jovem.
O jovem faz tratamento no Hospital Luzia de Pinho Melo para onde leva o remédio para ser aplicado, por ele ser injetável. Ela detalha que o filho precisa de um transplante de medula e que, enquanto não consegue, o medicamento o ajuda a ficar estável.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde o medicamento não faz parte da lista de remédios definida pelo Ministério da Saúde para distribuição. “A Secretaria compra o medicamento exclusivamente para atender o caso do paciente M.A.C. O processo de compra está em andamento e ele será comunicado tão logo ocorra a entrega pelo fornecedor”, afirmou em nota.
Luta conta a esclerose múltipla
Paciente não tem conseguido remédio para esclerose múltipla em farmácia de Mogi das Cruzes
Reprodução/TV Diário
A moradora de Mogi das Cruzes Amanda Silva tem esclerose múltipla e também não consegue o medicamento que precisa na Farmácia de Alto Custo da cidade. Ela afirma que desde dezembro de 2019 retira o fumarato de dimetila no local, mas está sem a medicação há mais de um mês. “Teve falta em janeiro, mas em fevereiro voltou. Mas agora há mais de um mês estou sem”, afirma Amanda.
A esclerose múltipla é uma doença autoimune que e atinge o sistema nervoso central e pode prejudicar a visão, a fala, a audição e os movimentos. Mais comum nos jovens e mulheres, a doença é crônica, ou seja, não tem cura. Não dá para prevenir a doença, mas existem diversos tratamentos e medicamentos que permitem que o paciente tenha uma vida normal e por isso eles são muito importantes.
Amanda conta que em janeiro ficou mais de uma hora na fila da farmácia para somente depois descobrir que o local não tinha o medicamento. Ela diz que toma duas cápsulas por dia. “O remédio é um imunorregulador e impede o avanço da doença”, explica.
Amanda tem se mantido medicada porque conseguiu com o médico uma caixa de amostra, que custa R$ 6 mil e dura um mês.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que o remédio estará disponível na próxima semana e que a paciente será informada. Segundo a pasta, “o medicamento Fumarato de Dimetila 240mg é adquirido e distribuído pelo Ministério da Saúde. O Estado apenas redistribui para os municípios, à medida que os lotes chegam a SP”.
O G1 pediu e aguarda uma posição do Ministério da Saúde.

By Midia ABC

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