Eloísa teve meningite quando era criança e não conseguiu tratamento. Os músculos atrofiaram e ela não consegue sentar, necessitando de uma cadeira de rodas especial. Eloísa sonha em ir ao shopping, mas devido a uma deficiência, não consegue sentar e necessita de cadeira de rodas especial
Arquivo pessoal
Passear no shopping é algo comum no dia a dia de muitas pessoas mas, para Eloísa Martins, de 55 anos, isso se tornou um sonho. Ela teve uma doença contraída na infância, que ocasionou a atrofiação dos seus músculos, o que a impossibilita de sentar. Atualmente, ela tenta conseguir uma cadeira de rodas adaptada para conquistar melhor qualidade de vida e fazer o tão sonhado passeio no shopping.
Segundo relata a técnica de enfermagem Mônica Martins Esteves, de 45 anos, sobrinha de Eloísa, a tia teve meningite quando era criança e chegou a fazer tratamento por um tempo. Porém, devidos as condições financeiras de sua família, ela não conseguiu seguir com os procedimento e os seus músculos foram atrofiando aos poucos.
“Depois de um tempo, atrofiou tudo e ela não conseguiu mais sentar. Por isso, ela precisa de uma cadeira especial para poder ser transportada, e não temos condições de comprá-la”, explica.
O sonho de conhecer o shopping surgiu devido ao irmão de Eloísa, que já faleceu, ter trabalhado na construção de um dos estabelecimentos desse porte na cidade. “Minha família ficou muito feliz na época. Ficávamos reunidos na sala e ele falava que o shopping seria enorme, bonito e ela ficou com vontade de conhecer, pedindo que a levássemos um dia. Disse que era o sonho dela”, conta Mônica.
De acordo com a sobrinha, a tia não tem nem RG, já que o documento é antigo e ela não tem como ser transportada para fazer um documento novo. “Temos medo de que o benefício dela seja cancelado, porque sem a documentação o banco não atualiza os dados”, diz.
Para tentar mudar a realidade de Eloísa, Mônica resolveu utilizar as redes sociais e contar a história da familiar. A situação passou a ser compartilhada por muitas pessoas, que se solidarizaram com o sonho de sua tia e criaram uma campanha virtual. Com a iniciativa, elas chegaram a receber doações anônimas, que já ajudaram no processo de conseguir custear as necessidades básicas de Eloísa.
“No momento, o mais importante é ela conseguir a cadeira para realizar o sonho e também ter qualidade de vida. No Brasil, é muito difícil ser deficiente, ainda mais uma deficiência como a dela, que ‘foge do padrão’, não há políticas de inclusão”, finaliza.
Meningite
De acordo com o Ministério da Saúde, a meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. O risco de contrair meningite é maior entre crianças menores de cinco anos, principalmente até um ano, no entanto pode acontecer em qualquer idade.A principal forma de prevenção por meio da vacinação.
No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. Casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono-inverno e das virais na primavera-verão.
“Como o próprio nome diz, a meningite é a infecção das meninges, que é a capa do cérebro. A doença ocasiona a lesão das funções do córtex cerebral, por isso, dependendo do grau da meningite, algumas funções podem ser acometidas, como fala, movimentos, equilíbrio, visão, etc”, explica o neurocirurgião João Luis Cabral.
Devido as sequelas da doença, Cabral explica que é necessário tratá-la o mais rápido possível. “Quanto mais precoce fizer o diagnóstico, melhor o prognóstico, pois entrando com antibióticos rapidamente, não deixa sequelas. Há três tipo de meningite: a bacteriana, que deve ser tratada com antibiótico; a viral, que o tratamento é feito com antivirais e a fúngica, que deve ser tratada com antifúngicos. A área motora se localiza no lobo parietal, e essa área com certeza sofre danos pelas bactérias”, finaliza.
Mulher que não consegue sentar sonha conhecer shopping em SP
