Número dos que desistiram de procurar emprego atinge recorde no estado de SP, segundo IBGE

Quantidade de ‘desalentados’ subiu 47% no estado e chega a 593 mil pessoas, a maioria são jovens, mulheres e negros. Série histórica do grupo existe desde 2012. Jovens, mulheres e negros são maioria dos que não encontraram emprego na pandemia
Mais de 593 mil pessoas desistiram de procurar emprego durante a pandemia no estado de São Paulo. No primeiro trimestre de 2020, eram 402 mil pessoas desalentadas: aumento de mais de 47%.
Segundo o IBGE, a maioria dos desalentados é formada por mulheres, jovens e negros. O número de desalentados alcançou recorde desde que o instituto começou a mapear o grupo, em 2012.
Jeferson Mariano, analista sócio-econômico do IBGE, aponta que esta mulheres e negros enfrentam mais dificuldade para encontrar emprego.
“Os números que a gente tem, a série histórica que a gente tem, mostra que as mulheres, a população negra e a população jovem são as que enfrentam mais dificuldade no mercado de trabalho e que completam, integram de uma forma mais intensa esse grupo de trabalhadores desalentados. Então os desalentados são em grande maioria compostos por esse grupo”, diz Mariano.
A taxa de desemprego no estado cresceu 1,2% do primeiro para o segundo trimestre de 2020: são mais de 3 milhões de pessoas sem um trabalho formal.
Os dados do IBGE mostram, também, uma queda de 14% dentre os que estão fazendo bicos e uma queda de 28% na informalidade.
Daniel Santana de Jesus, tem 23 anos, é auxiliar de cozinha e está desempregado. Daniel tem o ensino médio completo e cursa Administração, mas não encontra vaga. Porém, não desistiu de procurar emprego.
“Eu moro no Jardim Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, tenho experiência na cozinha estou procurando um trabalho há quatro meses”, diz ele, que continuará a buscar vagas pelo celular enquanto a pandemia continuar.