Parte da obra do córrego da Baronesa deveria ter tido um dos trechos entregue em maio, mas a administração do prefeito Rogério Lins diz que “problemas técnicos de execução e falta de aduelas” no mercado, durante a pandemia atrasaram a conclusão. Obra de canalização do córrego da Baronesa, em Osasco, na Grande São Paulo.
Divulgação/Prefeitura de Osasco
A canalização do córrego Baronesa, na cidade de Osasco, na Grande São Paulo, foi iniciada em 2014 e deveria ter sido entregue em 30 meses, mas continua atrasada e não tem prazo para conclusão.
Em fevereiro, a obra de R$ 106 milhões foi atingida pela mega enchente que afetou toda a Grande São Paulo, mas a Prefeitura de Osasco havia se comprometido a entregar um dos trechos da obra, entre as avenidas Loureço Belloli e Presidente Médici, em até 90 dias, apesar do alagamento, como o G1 revelou.
Vencido o prazo em maio, a gestão do prefeito Rogério Lins (Podemos) disse que o trecho não foi concluído por “problemas técnicos de execução” e “falta de aduelas” no mercado. Aduelas são estruturas pré-fabricadas de concreto armado que são usadas como suporte base para canalização de córregos. A falta delas, segundo a administração da cidade, se deve à pandemia do coronavírus no país.
“Essa obra está em andamento. Houve um atraso por problemas técnicos de execução e falta de aduelas, em virtude da pandemia do coronavírus”, declarou a Prefeitura de Osasco ao G1.
Tocada pelo Consórcio Constran Eit, a obra do córrego Baronesa tem cerca de 2.420 metros para serem canalizados e começaram durante a gestão do ex-prefeito Jorge Lapas (PDT). O objetivo da intervenção também é alargar e aprofundar o trecho que é conhecido como “Braço Morto do Rio Tietê”, para dar mais vazão às águas da chuva que atingem constantemente a região vizinha ao Jardim Rochdale.
Andamento da obra de canalização do Córrego Baronesa, em Osasco, na Grande São Paulo.
Divulgação/Prefeitura de Osasco
Segunda a gestão Rogério Lins, a canalização total do Braço Morto do Tietê ainda está atualmente em 50% e ainda não há data de finalização porque “a obra é mais complexa e exige a remoção de famílias” do bairro.
“Quanto às obras do Braço Morto do Tietê, elas são mais complexa ainda, pois exigem, inclusive, a remoção de famílias. Realizada com recursos do governo federal (PAC-2) e do município, as obras estão entrando em 50% de sua totalidade”, informou a prefeitura da cidade.
O G1 pediu à Prefeitura de Osasco a nova previsão de entrega dos dois trechos, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem.
Famílias vivem à espera de soluções anunciadas em obras de infraestrutura
Atrasos constantes e alagamento
Segundo os moradores do Jardim Baronesa, desde o início da canalização, em 2014, a obra no córrego foi várias vezes paralisada. A última delas durou quase um ano, segundo eles, tendo sido retomada somente no início de janeiro deste ano.
Porém, em fevereiro, Osasco foi uma das cidades mais atingidas pela chuva que caiu na Grande São Paulo e o município decretou “estado de calamidade pública”. Entre os prejuízos daquela enxurrada estava justamente a obra de combate às enchentes do bairro, que ficou completamente debaixo d’água.
Na época, máquinas, equipamentos e materiais de construção foram cobertos ou carregados pela enchente e os funcionários da Consórcio Constran Eit, responsável pela obra, disseram que não havia previsão para retomada dos trabalho.
Obra do córrego Baronesa, em Osasco, tomada pela chuva que caiu na Grande São Paulo.
Arquivo pessoal
Porém, a Prefeitura de Osasco manteve a previsão de entrega do trecho de 200 metros entre as avenidas Loureço Belloli e Presidente Médici, em até 90 dias.
“Assim que a situação estiver normalizada, as obras serão retomadas e têm prazo de 90 dias para a canalização. A obra em sua totalidade é complexa e depende, inclusive, da remoção de famílias que estão em áreas irregulares”, disse a prefeitura na ocasião.
Em fevereiro, a prefeitura da cidade atribuiu os constantes atrasos da obra desde 2014 ao contingenciamento de recursos do governo federal.
Íntegra da nota da Prefeitura de Osasco em agosto:
“Há duas grandes intervenções naquela região. Uma delas é a realizada no entroncamento das avenidas Loureço Belloli e Presidente Médici, no Jardim Baronesa, que prevê o alargamento e canalização do Córrego Baronesa. Essa obra está em andamento. Houve um atraso por problemas técnicos de execução e falta de aduelas, em virtude da pandemia do coronavírus. Quanto às obras do Braço Morto do Tietê, elas são mais complexa ainda, pois exigem, inclusive, a remoção de famílias. Realizada com recursos do governo federal (PAC-2) e do município, as obras estão entrando em 50% de sua totalidade”.
Íntegra da nota da Prefeitura de Osasco em fevereiro:
“A obra em questão integra o pacote de intervenções com recursos do PAC 2 (Plano de Aceleração do Crescimento), do governo federal. A obra estava paralisada aguardando transposição de recursos, tendo sido retomada há um mês. A situação ocorrida nessa madrugada é reflexo do transbordamento do Rio Tietê. Com o transbordamento do Tietê não há vazão para as águas do córrego. Assim que a situação estiver normalizada, as obras serão retomadas e têm prazo de 90 dias para a canalização. A obra em sua totalidade é complexa e depende, inclusive, da remoção de famílias que estão em áreas irregulares. Ressaltamos que trata-se de uma situação atípica, provocada pelas fortes chuvas que transbordaram o Rio Tietê. Após concluída, as obras beneficiarão centenas de famílias daquela região”.
Initial plugin text
Obra de R$ 106 milhões contra enchente em Osasco, prevista para 2017, segue atrasada e prefeitura culpa pandemia
