Pacientes internados com coronavírus realizam desejos e emocionam a web; VÍDEO


Manoel Pereira, de 83 anos, pode tocar sua sanfona novamente, e Joana Darc Gomes, de 59, viu sua cadelinha após semanas de internação em Cubatão (SP). Paciente realizou desejo de ver sua cachorrinha em Cubatão (SP)
Matheus Tagé/Jornal A Tribuna
Dois pacientes internados em um hospital de Cubatão (SP) com sintomas de Covid-19 puderam realizar um desejo cada, em uma tarde com surpresas emocionantes. Manoel Pereira, de 82 anos, tocou sua sanfona novamente, e Joana Darc Gomes, de 59, reviu sua cadelinha após semanas na unidade. A iniciativa surgiu como forma de ajudar a humanizar o tratamento dos pacientes.
Em entrevista ao G1 nesta terça-feira (11), a auxiliar de enfermagem Elissa Allen Pereira de Lima contou que a realização do tio Manoel foi um momento de muita emoção. O idoso, que há algum tempo não tocava, pode mostrar o talento durante a tarde de segunda-feira (10) (veja vídeo abaixo). “Os olhos do meu tio se encheram de lágrimas, foi fantástico. Ele tocou e foi bem emocionante para todos”, comenta Elissa.
Idoso tocou instrumento após anos durante internação em Cubatão (SP)
Matheus Tagé/Jornal A Tribuna
O idoso é cardiopata e está à espera de um cateterismo. Internado há mais de uma semana, Manoel está com suspeita de Covid-19, portanto, precisa ficar longe da família. O desejo de voltar a tocar acordeom, instrumento que ele havia vendido há alguns anos e sonhava em ver novamente, foi relatado aos funcionários do hospital.
Com o desejo realizado, o idoso mostrou talento e comemorou a chance de voltar a tocar. “Foi sensacional, ajuda muito [a recuperação], porque meu destino é isso, tocar sanfona, esse instrumento. Ajuda 100%”, disse Manoel ao G1. A apresentação foi motivo de felicidade para o paciente e de encanto para a equipe do hospital e a sobrinha Elissa, que esteve presente.
“Já é difícil estar longe da família. Há anos ele teve que vender o acordeom, então, não tínhamos para levar, mas o hospital proporcionou esse momento. Ele se emocionou muito, mais de ver o acordeom do que me ver”, brinca a sobrinha.
Manoel Pereira, de 82 anos, tocou instrumento após anos em hospital de Cubatão, SP
Depois de Manoel, a surpresa foi destinada à Joana Darc Gomes. Aos 59 anos e três semanas de internação por Covid-19, ela teve a chance de rever a cadelinha Tchuca. “Fiquei muito feliz, ainda nesta segunda estava deprimida, mas falei para a enfermeira, fiquei muito feliz mesmo”, comemora Joana ao relembrar o encontro com a cadela de estimação.
“Os olhos dela até brilharam quando viu a cachorrinha. Com certeza, ela se sentiu muito amada”, conta o esposo de Joana, Carlos Alberto Gomes, aposentado de 62 anos. Ele diz que a mulher ficou muito mal por conta da doença. “O caso dela é mais grave, porque ela é transplantada renal, toma remédios que diminuem a imunidade. Ela estava em um estado bastante grave, respirando por máscara, e agora ela já está respirando normal, é uma benção”, comemora Carlos.
Para ele, a iniciativa foi muito importante para auxiliar a esposa na recuperação. “É uma maneira de humanizar um pouco essa doença, pelo menos a gente traz um pouco da alegria da nossa casa para ela”, diz Carlos, emocionado.
Paciente realizou desejo de rever sua cachorra em Cubatão (SP)
Matheus Tagé/Jornal A Tribuna
Projeto
O Hospital de Cubatão aderiu ao projeto “O que importa para você?”, uma iniciativa que tem o objetivo de estimular uma relação humanizada entre pacientes e profissionais de saúde. Um dos pilares do projeto é identificar quais são os desejos dos pacientes e tentar realizá-lo.
Em entrevista ao G1, o responsável pelo projeto e integrante da Gerência de Qualidade da Fundação São Francisco Xavier, Kevin Cristian Souza da Costa, diz que o programa levou cerca de um mês para ser realizado. “Pensamos em tornar a estadia mais agradável, com a realização de um desejo, de uma vontade, que os deixem mais felizes”, comenta.
Idoso pediu para tocar instrumento em hospital de Cubatão (SP)
Matheus Tagé/Jornal A Tribuna
Ele conta que o projeto surgiu nos Estados Unidos e foi adotado por diversos hospitais brasileiros, sendo referência para o hospital da cidade. Costa relata que os desejos coletados são avaliados por uma equipe médica, juntamente com a administração hospitalar. Após análise, foi feita a primeira experiência, nesta segunda, e o hospital vai continuar com a realização de desejos.
“Quando o paciente fica feliz, traz uma sensação de dever cumprido, de dar felicidade para esse paciente. Conseguimos fazer com que o atendimento fique mais leve”, completa Kevin.
Projeto emocionou funcionários de hospital em Cubatão (SP)
Matheus Tagé/Jornal A Tribuna

By Midia ABC

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