Para neuropsicopedagoga, ‘recortes’ de fases escolares precisarão ser feitos no retorno de estudantes às aulas presenciais


Neuza Gibim, que atua em Presidente Prudente, participou do G1 Entrevista e falou sobre os impactos que a pandemia da Covid-19 causou na formação escolar de crianças e adolescentes. Neuropsicopedagoga Neuza Gibim fala ao G1 sobre impactos da pandemia na formação escolar
A neuropsicopedagoga Neuza Gibim, que atua em Presidente Prudente, afirmou que será necessário fazer “recortes” nas fases escolares no período de retorno dos estudantes às aulas presenciais.
Neuza participou do G1 Entrevista e falou sobre as características e os impactos que a pandemia da Covid-19 causou na formação escolar de crianças, adolescentes e jovens (veja a entrevista no vídeo acima).
“Eu acredito que nós vamos ter de nos readaptar para a volta, porque foi um período muito longo. De novo, a gente vai ter de fazer recortes. Fase de alfabetização, as séries iniciais, fundamental dois e o ensino médio. Se nós pegarmos a parcela de alfabetização, com certeza essas crianças não tiveram um bom suporte familiar também, elas vão ter lacunas significativas em sua aprendizagem. O meio não sofreu muito, porque ele já está alfabetizado e trabalhando mais com os conteúdos e os conceitos. Os alunos do ensino médio estão chegando na universidade. Então eles sofreram impacto: e agora nós estamos fora, não estamos em contato, como vai ser o próximo ano. Então, dentro do longo período escolar, nós temos de fazer os recortes pra ver como cada nível está passando. Mas a volta vai ser uma nova adaptação”, declarou a neuropsicopedagoga.
Neuza Gibim explicou na entrevista que entre os impactos negativos do isolamento social causado pela pandemia na vida escolar de crianças e adolescentes estão casos de ansiedade e também de depressão.
“Hoje tem uma parcela que se adaptou ao ensino remoto e a parcela que não se adaptou. A parcela que se adaptou está se desenvolvendo bem e eles estão caminhando nesse desenvolvimento. Mas nós temos uma parcela, que é significativa, de crianças e jovens, com sintomas de ansiedade, uma ansiedade já generalizada e também já estamos vendo depressivos, jovens, principalmente jovens depressivos. Temos também crianças, mais adolescentes, que eram muito estudiosos, que deram uma parada, como se não estivessem vendo sentido em tudo isso que está acontecendo. Então, na verdade, é algo que está sendo estudado por nós pra ver onde vamos chegar com tudo isso, pra ajudar não só essas crianças, como esses jovens também”, afirmou Neuza.
Sobre o ensino remoto, a neuropsicopedagoga esclareceu que o modelo trouxe vantagens e desvantagens e que as crianças e adolescentes foram as faixas etárias que mais tiveram prejuízos com a nova forma de ensino.
“Para os pequenos, nós não temos muita vantagem porque as crianças precisam do estímulo cognitivo e social pra desenvolver. Esta é a motivação. Então, eles privados, as crianças privadas, desse estímulo cognitivo e o social, elas ficam desmotivadas pra aprendizagem. Então, isso é um fator negativo, mas nós estamos vivendo um período difícil. Eu encontro jovens, até porque, na universidade em que eu trabalho, tem jovens que estão se sentindo muito confortáveis em suas casas. São cursos que não demandam muita prática. Então, eles já superaram, eles já se apropriaram do ensino remoto. Nós temos aí muito material para pesquisa, se a gente for pensar, porque nós temos tanto positivo quanto negativo do ensino remoto. Não dá pra dizer de uma forma ampla como está sendo esse ensino durante esse período. Temos a positividade, mas temos a negatividade. Eu acredito que o impacto tenha sido para as crianças e os adolescentes. Esses tiveram um prejuízo maior. Eu não tenho nenhuma dúvida disso”, explicou Neuza.
Ainda na entrevista, a neuropsicopedagoga também abordou as dificuldades dos pais na educação de seus filhos durante a pandemia e a estrutura das redes pública e particular de ensino.
Neuropsicopedagoga Neuza Gibim
Reprodução
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By Midia ABC

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