Polícia Civil investiga suposto esquema de falsificação de CNHs em Presidente Prudente

Central de Polícia Judiciária (CPJ) em Presidente Prudente — Foto: Valmir Custódio/TV Fronteira 1 de 1
Central de Polícia Judiciária (CPJ) em Presidente Prudente — Foto: Valmir Custódio/TV Fronteira

Central de Polícia Judiciária (CPJ) em Presidente Prudente — Foto: Valmir Custódio/TV Fronteira

A Polícia Civil investiga um suposto esquema de falsificação de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) a partir da suspeita de envolvimento de um escritório aparentemente dirigido à elaboração de recursos a autuações por infrações de trânsito que funcionava no Centro de Presidente Prudente (SP).

Segundo a polícia informou ao G1, a suspeita é de que o esquema utilizava papéis falsos, sem alteração no sistema oficial de dados onde são registrados os documentos.

As investigações estão a cargo da Central de Polícia Judiciária (CPJ) e o suposto escritório já estaria fechado há alguns meses.

O suposto esquema começou a ser desnudado a partir de uma fiscalização de trânsito rotineira realizada pela Polícia Militar, nesta sexta-feira (10), na Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, no Jardim Guanabara. No local, os militares abordaram uma motocicleta, com placa de Álvares Machado (SP), que era conduzida por um homem de 32 anos.

A documentação da moto estava vencida, motivo que levou à autuação e ao recolhimento do veículo ao Pátio Municipal de Apreensões, no Jardim Maracanã.

Ainda durante a fiscalização, os militares constataram que o espelho da CNH apresentada pelo condutor da moto aparentava ser falso. Não se conseguia ler o Código QR do documento e ainda o espelho da CNH aparecia em nome de uma outra pessoa. No sistema do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a CNH do motociclista constava com vencimento em 2017, registrada em Presidente Prudente, mas o suposto documento que o rapaz portava tinha vencimento em 2024 e estava registrado na cidade de Indaiatuba (SP).

O motociclista foi questionado sobre a situação e confessou, segundo o Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia Participativa da Polícia Civil, que estava com a CNH cassada desde 2018 e que, por tal motivo, havia procurado um escritório onde um homem teria “agilizado” a liberação do documento. O motociclista ainda contou aos policiais que, após pagar o valor de R$ 5,2 mil, recebeu o “documento” que portava, mesmo sem nunca ter ido à cidade de Indaiatuba.

Diante da situação, o motociclista recebeu voz de prisão em flagrante pelo crime de uso de documento falso e foi levado à Delegacia Participativa.

Proprietários

Os militares dirigiram-se às residências dos dois homens identificados como proprietários do escritório que havia “agilizado” a liberação da CNH ao motociclista e conseguiram localizá-los.

Segundo o Boletim de Ocorrência, ambos negaram a venda da CNH ao rapaz preso e alegaram que somente faziam recursos junto ao Detran, de forma online, e que passavam os dados para um despachante na cidade de São Paulo (SP).

Para auxílio nas investigações, foram apreendidos um caderno com anotações e os celulares dos homens identificados como donos do escritório. Eles foram ouvidos pela polícia e depois liberados, pois não havia o chamado “estado flagrancial” para prendê-los pelo eventual crime de falsificação de documento público. No entanto, segundo a Polícia Civil, a conduta de ambos vai ser apurada.

Já o motociclista teve a prisão em flagrante pelo crime de uso de documento falso ratificada pela Polícia Civil e permaneceu na delegacia, sem direito a fiança, em razão da pena imposta ao delito, no aguardo de deliberação da Justiça sobre o caso.

By Ellena Gomes

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