Polícia identifica grupo que fez provas no lugar de candidatos em fraude no vestibular de medicina em Assis


Mandados de busca e apreensão e prisão são cumpridos na 2ª fase da Operação Asclépio. Investigação sobre a fraude começou em 2017 e 17 pessoas foram presas na 1ª fase em abril do ano passado; grupo teria movimentado R$5 milhões em seis meses. Dinheiro, celulares, cheques e documentos foram apreendidos em Presidente Prudente na primeira fase da operação em 2019
Stephanie Fonseca/G1
A Polícia Civil em Assis deflagrou nesta quarta-feira (2) a segunda fase da Operação Asclépio, que investiga um esquema de venda de vagas em cursos de medicina. São cumpridos 22 mandados de busca e 12 de prisão temporária em cidades de São Paulo, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Minas Gerais.
As investigações começaram em 2017 após uma denúncia da Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA) de Assis, que foi informada pela Vunesp, empresa responsável pelo vestibular para ingresso no curso de medicina, que as impressões digitais de cinco candidatos inscritos no vestibular apresentavam inconsistências.
Fraude em vestibular de medicina
A partir disso, a Polícia Civil realizou em abril de 2019 a primeira fase da operação que prendeu 17 pessoas envolvidas no esquema. Durante as investigações, foi possível apurar que a fraude no vestibular consistiu na realização da prova por terceiras pessoas, que se identificaram como sendo os verdadeiros candidatos, denominados pela quadrilha como “pilotos”.
Eles assinaram as listas de presença, as folhas de respostas, assim como tiveram coletadas suas impressões digitais e captadas suas imagens durante a realização da prova do vestibular. Com isso, os investigadores passaram a trabalhar para identificar os chamados “pilotos”, que seriam pessoas que realizaram as provas no lugar dos candidatos.
Dezessete pessoas foram presas por envolvimento no esquema de venda de vagas em cursos de medicina em 2019
TV Fronteira/Reprodução
Os suspeitos identificados nessa segunda fase da operação possuem formação em curso superior de medicina, exercendo funções em postos de saúde nas cidades onde moram. Eles são suspeitos de integrar a organização criminosa especializada em fraudar vestibular de cursos de medicinas em universidades de todo o país.
Os mandados contra o grupo estão sendo cumpridas nas cidades de São Paulo (SP), Ribeirão Preto (SP), Natal e Mossoró (RN), Juazeiro do Norte (CE), Campina Grande (PB) e Montes Claros (MG).
O responsável por articular o esquema foi preso na primeira fase da operação em abril de 2019. Segundo a Polícia Civil, as investigações identificaram que o suspeito, que morava em Presidente Prudente, vendia as vagas para os cursos de medicina e também as transferências de alunos para outras faculdades. Além dele, foram presas outras 16 pessoas envolvidas no esquema na primeira fase.
O valor cobrado por vaga seria de R$ 80 mil a R$ 120 mil por estudante. Segundo as investigações, a quadrilha teria movimentado R$ 5 milhões em seis meses. A operação recebeu o nome de Asclépio, que o deus da medicina e da cura na mitologia grega e romana.
Veja a reportagem sobre a primeira fase da operação:
Polícia Civil e MP desmantelam quadrilha que vendia vagas em cursos de medicina
Veja mais notícias da região no G1 Bauru e Marília

By Midia ABC

Veja Também!