Polícia identifica quadrilha que roubou dados de 3 milhões de cartões de crédito de consumidores em SP e MG

Criminosos colocavam vírus em sites e computadores para capturar dados dos clientes, inseridos em 2 mil lojas online. Polícia estima que esquema desviou R$ 17 milhões. Polícia investiga quadrilha que teria desviado 3 milhões de dados de cartões de banco
Uma quadrilha suspeita de roubar dados de 3 milhões de cartões de crédito foi descoberta nesta quarta-feira (26) pelas polícias de São Paulo e Minas Gerais. A delegacia antipirataria do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e a polícia mineira cumpriram dez mandados de busca e apreensão contra os suspeitos de participar do golpe.
Segundo a polícia, o esquema começa com falsos técnicos de informática que vão às lojas, plugam pendrives com vírus no computador das empresas e contaminam sistemas com um vírus ladrão, que rouba as informações bancárias dos clientes e manda tudo online para os computadores da quadrilha.
A polícia acredita que a quadrilha tenha roubado dados de cartões usados para compras em 2 mil lojas e desviado cerca de R$ 17 milhões das contas dos consumidores. Segundo a polícia as vítimas são de SP e de MG.
Aparelhos e equipamentos apreendidos por policiais do Deic em operação para localizar quadrilha que clonava dados de cartões
Reprodução/TV Globo
Quatro suspeitos foram identificados. Segundo a polícia, um deles usava um carro de luxo da marca Audi. Outro investigado comprou há dois meses uma moto zero quilômetro da Harley-Davidson, avaliada em mais de 120 mil reais. Os dois veículos foram apreendidos.
Na casa de um dos investigados em São Paulo os policiais apreenderam celulares, tablets, e muitos cartões em branco, que segundo a polícia, seriam usados para clonar cartões verdadeiros. Em outra casa, os investigadores encontraram mais equipamentos e dinheiro: um computador que custa mais de R$ 15 mil e R$ 30 mil em dinheiro, divididos em maços de notas. Segundo a polícia é só uma pequena parte dos valores que os golpistas conseguiram fazendo compras online ou simulando compras para ficar com o dinheiro.
Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Minas Gerais. Em um dos endereços, os policiais encontraram a central do golpe: um computador que recebeu todas as informações capturadas de forma ilegal, dos computadores de duas mil empresas.
Apesar disso, ninguém foi preso, por enquanto.
“Nessas apreensões que se deram hoje, a partir daqui nós temos a materialização de muitas provas para então vincular cada qual dos indivíduos relacionados a essa fraude e imputar a responsabilização a cada um deles”, disse o delegado Wagner Carrasco.