Primeiro debate à Prefeitura de São Paulo reúne onze candidatos


Candidatos responderam a perguntas feitas pelo público, pelos adversários e jornalistas do Grupo Bandeirantes. Candidatos à Prefeitura de São Paulo participam de primeiro debate na noite desta quinta-feira (1) na TV Bandeirantes.
Aloisio Maurício/Estadão Conteúdo
Onze candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram na noite desta quinta-feira (1) do primeiro debate da disputa eleitoral realizado pela TV Bandeirantes na capital paulista. Estiveram presentes nos estúdios da emissora Andrea Matarazzo (PSD), Arthur do Val (Patriota), Bruno Covas (PSDB), Celso Russomanno (Republicanos), Filipe Sabará (Novo), Guilherme Boulos (PSOL), Jilmar Tatto (PT), Joice Hasselmann (PSL), Márcio França (PSB), Marina Helou (Rede) e Orlando Silva (PCdoB).
Devido à pandemia do coronavírus, o evento não contou com plateia. A emissora também estipulou que os candidatos permanecessem com a máscara durante o debate, só podendo retirá-la na hora de responder às perguntas. O número de assessores no estúdio foi limitado a dois para cada candidato.
O que dizem os programas de governo dos candidatos a prefeito
Foram escolhidos para participar do debate os candidatos cujos partidos têm representatividade no Legislativo. Inicialmente, foram convocados dez dos quatorze políticos que concorrem ao cargo. No entanto, Marina Helou (Rede) conseguiu uma liminar na Justiça Eleitoral para ser incluída. Filipe Sabará (Novo), que estava com a filiação e atividades de campanha suspensas, também pôde participar após liberação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O debate foi dividido em cinco blocos:
Primeiro bloco: perguntas do público enviadas pelas redes sociais.
Segundo bloco: perguntas entre candidatos.
Terceiro bloco: jornalista pergunta para candidato de sua escolha e define o candidato para comentar a resposta
Quarto bloco: perguntas entre candidatos.
Quinto bloco: considerações finais.
No primeiro bloco, cinco candidatos responderam sobre a Cracolândia. Que políticas públicas o senhor pretende adotar para enfrentar o problema?
Primeiro a responder, Orlando Silva afirmou que o problema será enfrentado “com medidas no campo da saúde pública, trabalhando na redução de danos, trabalhando no campo da inserção econômica dessas pessoas que vivem em situação de drogadição, e com inteligência policial combatendo o crime organizado”.
O candidato Jilmar Tatto afirmou que pretende retomar o programa “Braços Abertos”, criado pela gestão do petista Fernando Haddad, para solucionar o problema da Cracolândia. Segundo o candidato, “assim que a dupla Bruno e Doria assumiu a prefeitura, acabou com o programa e espalhou a Cracolândia na cidade”. “Essas pessoas precisam de assistência social e emprego, não violência. E nós vamos dar a eles oportunidade, retomando o programa ‘Braços Abertos’”.
O candidato Bruno Covas afirmou que sua prefeitura tem ação social e de saúde na Cracolândia. “Quem tem dentro de casa algum familiar dependente de álcool ou droga sabe o tamanho do desafio. Nós acabamos mesmo com a ‘bolsa crack’ do PT. Nós temos lá uma ação que é social, de acolhimento, de roupa, uma ação de saúde, de tratamento para essas pessoas. De combate ao crime organizado e uma ação de trabalho para dar porta de saída para aqueles que desejam assim”.
Andrea Matarazzo prometeu ‘’fazer o que a Prefeitura tem que fazer, que é atuar na região”. “Vamos fiscalizar os hotéis, bares e restaurantes que são ocupadas pelo crime, as empresas que roubam água e luz e aporrinhar a vida do traficante. Com relação ao dependente químico, vamos trata-los como tem que ser feito e interna-los, quando necessário, mesmo compulsoriamente, quando for o caso”.
A candidata Joice Hasselmann afirmou que pretende fazer parcerias com as igrejas para atuar com dependentes químicos e defendeu a internação compulsória. “Quando se fala do crime organizado, todo o rigor da lei. Um enfrentamento ao crime, um enfrentamento ao PCC. Quando se fala do miolo, aquelas pessoas que ainda respondem por si, que sabem o que é certo o que é errado, que precisam de ajuda, nós vamos trazer as igrejas para dentro da prefeitura para que elas possam trabalhar junto com a prefeitura. Há projetos excepcionais feitos pelas igrejas, tanto católicas como evangélicas. Um deles é a cristolândia, que tem resultados excepcionais. Já aquelas pessoas que não respondem mais por si, elas podem matar ou morrer por uma pedra de crack, as que gritam por socorro, essas precisam sim de internação compulsória. Isso só será feito com muita coragem. É preciso coragem inclusive pra enfrentar esse pessoal que defende o bolsa crack”.
Depois, um segundo grupo de candidatos respondeu sobre desemprego. Que medidas concretas o senhor pretende implementar para estimular a criação de empregos na cidade?
Ao responder sobre o que fará para gerar empregos na cidade, Márcio França (PSB) prometeu a geração de uma frente de trabalho com mais de 100 mil pessoas e, “ao mesmo tempo, [fornecer] uma fonte de renda para que as pessoas possam empreender, com R$ 3 mil para até 150 mil pessoas.
O candidato Celso Russumanno afirmou que para gerar empregos na cidade pretende aumentar o horário de atendimento dos bares e restaurantes da capital paulista para as 23h, na tentativa de alavancar a geração de empregos na cidade. Ele afirmou que vai trabalhar intensamente para que a cidade crie mais empregos para atender os desempregados da cidade.
Ao ser questionado sobre a geração de empregos, Arthur do Val disse que não teria “plano mágico de geração de renda ou da Prefeitura dando dinheiro para as pessoas”, afirmando que seu plano para a área terá como base “a revisão do plano diretor em 2021, uma grande oportunidade para que a gente possa gerar emprego e renda a partir da construção civil”.
Guilherme Boulos declarou que pretende fazer frentes de trabalho na periferia da cidade e criar um programa de renda solidária na capital para gerar empregos. Segundo ele, as frentes de trabalho atuarão em trabalhos de zeladoria em vários bairros da periferia da cidade.
Filipe Sabará disse que “a demanda econômica” é a principal na cidade de São Paulo. “A taxa de juros está super baixa, taxa recorde e podemos trazer microcrédito do setor privado para investir em microempreendedores na periferia”.
“Boa noite a você que está preocupado com São Paulo. Eu também estou e é por isso que precisamos sair da mesmice. Buscar novas soluções para resolver nossos velhos problemas. Sou formada em administração pública, deputada estadual, e adorei que a Band deu a você o poder de fazer essa pergunta. Mas todos os 17 temas são importantes, por isso gravei um vídeo falando como é a minha ideia de fazer diferente em cada um deles, inclusive em trabalho em renda, que estou postando em minhas redes”.
Demais blocos
No segundo bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si e abordaram temas como empregos, obras, revisão de impostos e comércio.
No terceiro bloco, debateram temas como a ocupação em terrenos próximos às represas, ajuste fiscal, do governador João Doria e o transporte público.
No quarto bloco, os candidatos debateram sobre a desigualdade social na pandemia, racismo, transporte público, fila de creches, educação financeira para jovens, Bilhete Único, geração de empregos, mortalidade infantil, reforma das calçadas, ciclovias, Lei Cidade Limpa e contas públicas.

Considerações finais
Ao final, cada um teve oportunidade de fazer as considerações finais.
Marina Helou se apresentou como uma opção para “sair da mesmice” defendeu a internet como direito e priorizar as crianças. “Se você chegou até aqui é porque realmente está preocupado com o futuro da nossa cidade, valoriza o seu voto. É por isso que eu estou muito feliz de nessas eleições. Eu Marina, junto com meu vice Marco de Preto, podemos oferecer uma opção para sairmos da mesmice. Podemos pensar diferente. Porque São Paulo não pode ser a cidade que só sobrevive, que a gente fica o tempo inteiro indo do carro, do transporte público para o trabalho, para casa, só para pagar contas. Pode ser uma cidade boa para se viver, que resolva o problema das pessoas, que combata a desigualdade, dando oportunidades iguais. Que coloque a internet como um direito, que priorize nossas crianças. Nessas eleições vote 18”.
Filipe Sabará pediu votos para os candidatos do seu partido. “Queria agradecer sua audiência em casa. Talvez você não me conheça, eu sou novo na política. Eu tenho 37 anos, mas já tive duas experiências públicas: como secretário municipal de Desenvolvimento Social e presidente do Fundo Social do estado gerando oportunidade de renda para as pessoas mais vulneráveis. Só que nada disso se faz sozinho, então quero pedir o seu voto para a bancada de vereadores do partido Novo. São 34 pessoas extremamente qualificadas, uma verdadeira seleção para transformar São Paulo. Porque nada se faz sem a Câmara Municipal aqui. Peço seu voto para a gente fazer novo, para a gente fazer diferente. Vote 30”
Guilherme Boulos lembrou da sua candidata a vice, Luiza Erundina, e disse que juntos vão “colocar a periferia no centro”. “Há 30 anos, uma mulher nordestina, assistente social foi candidata a prefeita de São Paulo. O nome dela é Luiza Erundina. Achavam que ela não ia ganhar, que era muito radical. Ela ganhou e foi a melhor prefeita que essa cidade já teve. Agora, ela é minha vice e 30 anos depois vamos repetir essa história. Se você também quer derrotar o ‘bolsodoria’ em São Paulo, quer derrotar os esquemas, as máfias e colocar a periferia no centro, vem com a gente vamos virar esse jogo na maior cidade do Brasil, fazer dela uma capital da esperança. No dia 15 de novembro, vote PSOL, vote 50”.
Arthur do Val disse que quer ter “orgulho da cidade’. “A gente não pode ter vergonha de falar que São Paulo é a locomotiva do Brasil. São Paulo conduz e não é conduzida por causa de você que está em casa e não aguenta mais o peso da prefeitura nas suas costas. Eu não quero mais ter que sair daqui pra gente ter tudo o que podemos ter em São Paulo, usar a camiseta de outras cidades: Buenos Aires, Nova York. Eu quero usar a camiseta de São Paulo com orgulho”.
Celso Russomanno afirmou que vai criar espaços para atender atletas da periferia. “Escolhi o tema ‘agora é a nossa vez’. É a vez da população de São Paulo, que vai ter voz. Que vai falar e a prefeitura vai ouvir e fazer os serviços públicos funcionarem. Infelizmente isso não acontece hoje. Nós vamos criar os centros municipais de games para atender os atletas esportivos das periferias. Nós vamos cuidar da mamãe e do papai com o auxílio paulistano. Nós vamos fazer dessa cidade, uma cidade mais humana. Eu vou cuidar de você, da sua saúde e da sua segurança, e da educação dos seus filhos”.
Márcio França afirmou ser necessária em 2021, após a pandemia de Covid-19, a geração de empregos e crédito e que a população deve votar em quem tem “experiência” e “pulso”. “Se você entende que as coisas têm que mudar, você precisa escolher entre os candidatos que tem experiência, quem tenha pulso e quem tenha palavra. Tudo que nos combinamos, nós cumprimos” “Precisamos gerar emprego e oportunidade e criar crédito para que as pessoas possam voltar a empreender, acreditar de novo que possa ser possível sair da situação difícil que nos encontramos”.
Joice Hasselmann afirmou que seus adversários não tiveram “coragem de debater de verdade”. “Minha gente, preste bem atenção nesse raciocínio. Se você votar em qualquer um desses que aqui se apresentam com experiências, vai acontecer que o dinheiro da prefeitura vai sumir. Vai sumir com a incompetência, vai sumir pela covardia ou vai sumir pela corrupção. Metade dos que estão aqui são citados na lista da Odebrecht. Aqueles que são novatos têm boa intenção, mas não têm musculatura, não têm força para enfrentar o que deve ser enfrentado aqui em São Paulo. Vocês viram no debate que a turma da velha política tentou me isolar um pouquinho, não quis debater porque não tem coragem de debater de verdade. Não tem propostas para debater de verdade. Eu sou Joice do 17 e estou aqui para mudar São Paulo com força e competência”
Andrea Matarazzo falou dos cargos públicos que ocupou e garantiu ter experiência. Ele afirmou que “jamais falaria mal da minha cidade, cidade onde eu nasci e cresci e que deu oportunidade à minha família construir tudo o que construiu, deu oportunidade à família Matarazzo dar os empregos que deu nessa cidade. Tenho experiência pra fazer a transformação de São Paulo e conheço a cidade como poucas pessoas conhecem. Vamos falar da São Paulo real, vamos voltar a fazer São Paulo a cidade da oportunidade, do emprego e da esperança”.
Bruno Covas falou da sua experiência política e disse que ainda tem muito a fazer à frente da Prefeitura de São Paulo. “Agradecer o senhor e a senhora que estão nos assistindo até agora. Eu vim morar em São Paulo aos 14 anos de idade, me formei em direito pela USP e economia pela PUC. Faço política porque aprendi dentro de casa com meu avô Mário Covas a importância de se fazer política. Fui deputado estadual, deputado federal, secretário de estado do Meio Ambiente, vice-prefeito e prefeito da cidade de São Paulo ao longo desses últimos dois anos. Fizemos muito, 12 novos CEUS, 85 mil vagas em creches, 8 novos hospitais. Mas ainda há muito a se fazer. Com força, foco e fé, peço seu apoio e seu voto”.
Jilmar Tatto falou que implementou o bilhete único e os corredores de ônibus na cidade. “Cheguei em São Paulo com 13 anos, com 14 comecei a trabalhar de office-boy. Devo muito à essa cidade. Sou muito grato a essa cidade. Foi aqui que eu fui secretário de abastecimento, tive oportunidade de implantar almoço e janta nas escolas. Fui secretário na implantação das subprefeituras e fui secretário dos transportes. Implantei o bilhete único, os corredores de ônibus e as ciclovias. E tenho muito orgulho, muito orgulho mesmo, de ter apoio do presidente Lula, que foi o presidente que mais fez por esse país. Orgulho de ter o apoio do Fernando Haddad, que renegociou a dívida e que deixou dinheiro em caixa, diferente do que diz o Bruno Covas. E muito orgulho de ter apoio do PT e ter o vice Carlos Zaratinni. Vote 13, vote PT.”
Orlando Silva afirmou que sabe o que povo vive. “Sei que o povo está cansado de ser enganado, mas nós temos que resgatar a esperança. Eu conheço a periferia e o racismo desde sempre, vivendo, sentindo. Eu sei o que é escola e saúde pública, sei o que é ser criado por uma mãe solo. Sei o que é uma enchente na sua casa, o que é trabalhar com 13 anos de idade. E essa experiência de vida que eu quero trazer para a construção política da cidade. Eu quero fazer nessa cidade um plano emergencial de emprego e renda para dar chance para o povo. Eu quero ver a nossa juventude brilhando pela cidade. E junto com a minha vice, enfermeira Andréia, quero governar essa cidade para quem mais precisa. Muito obrigado e vote 65. Peço o seu voto”.
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By Midia ABC

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