Categoria acredita que as aulas presenciais devam voltar apenas em 2021. Servidores temem retorno de aulas presenciais e pedem para serem ouvidos pela Prefeitura de Santos
Divulgação/Prefeitura de Santos
Os servidores públicos de Santos, no litoral de São Paulo, estão receosos quanto ao retorno das aulas presenciais ainda este ano. De acordo com eles, isso colocaria em risco funcionários, pais e familiares dos alunos da rede municipal de ensino. Segundo a prefeitura, esse retorno está sendo analisado e ainda não há previsão.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos (Sindserv) entende que a retomada das aulas presenciais antes de 2021 é equivocada. Segundo a categoria, os servidores não foram consultados em nenhum momento sobre o assunto, diferente do que o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) divulgou em suas redes sociais.
“Sobre a questão do retorno às aulas presenciais na rede municipal de ensino, o sindicato reforça a necessidade de que os trabalhadores da Educação também sejam ouvidos”, informa o Sindserv em nota enviada à Reportagem.
A diretora sindical e professora municipal Miriam Barazal garante que está com muito medo de voltar às aulas presenciais. De acordo com ela, muitas vezes, falta o básico nas escolas, como um bom detergente. Por isso, tem dúvidas sobre como será feita a disponibilização do álcool em gel e a higienização frequente das unidades.
“A questão das crianças com as máscaras também será complicada, elas vão querer tirar, colocar brinquedo na boca. Acho inviável retornarmos enquanto não existir uma vacina, seria loucura, insano. Nós, servidores, ainda não fomos consultados pela prefeitura, e dependendo do que seja decidido, não temos opção. É trabalhar ou levar falta”.
A grande preocupação da categoria é com as crianças, pois muitas podem não ter consciência da gravidade da situação, simplesmente por serem crianças. De acordo com Miriam, por mais que se reduza o quadro de funcionários e coloque apenas parte dos alunos na escola, não existirá segurança sem a vacina. “Esse ano não deveria voltar mais. Por conta de dois meses, não compensa colocar vidas em risco”.
Assembleia
O sindicato está convocando uma assembleia virtual para discutir o tema, que será realizada nesta quinta-feira (13), às 19h. O acesso ocorrerá mediante inscrição prévia até as 12h de quinta, que deve ser feita pela internet.
Estão convidados todos os Especialistas I, II e III, Professores Adjuntos e PEBs I e II, Educadoras de Desenvolvimento Infantil, Agentes de Portaria, Auxiliar de Serviços Gerais, Auxiliares de Bibliotecário, Técnico em Biblioteca, Cozinheiros , Merendeiras, Inspetores de Aluno, Secretários de Unidade Escolar, Oficiais Administrativos e readaptados lotados nas Unidades Municipais de Educação.
Posicionamento
Em nota, a Secretaria de Educação (Seduc) de Santos esclarece que foram formados dois grupos para os estudos de planejamento do possível retorno presencial e gradual das aulas das escolas municipais. Um deles é a Comissão Escolar, formada para gerenciar as ações e estratégias realizadas nas unidades durante a pandemia, com representantes das equipes gestoras das escolas, supervisores, professores e técnicos da Seduc.
A segunda é o Comitê Intersetorial, composto por membros das secretarias de Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Gestão, Conselho Municipal de Educação e Escolas Particulares. A prefeitura garante que todos os setores e membros da comunidade escolar estão sendo envolvidos no intuito de planejar da melhor maneira possível o retorno, caso exista situação favorável para isso.
Além dos grupos, a Seduc informa que está organizando um formulário de questões para que outros profissionais da educação possam dar a sua opinião a respeito deste assunto. Reforça, ainda, que o retorno presencial só será possível com aval da Secretaria de Saúde e demais órgãos competentes, de acordo com as medidas sanitárias indicadas pelo Plano São Paulo, do Governo do Estado.
Professores temem retorno de aulas presenciais e pedem para serem ouvidos pela Prefeitura de Santos
