Objetivo do Ocupa Rua é aumentar a capacidade de atendimento dos estabelecimentos, que estão limitados a 40% do público durante a quarentena. Projeto é piloto e contempla 30 bares e restaurantes. Restaurantes e bares do Centro de SP ocupam ruas e vagas de estacionamento para ampliar atendimento
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Restaurantes de cinco ruas do Centro de São Paulo instalaram mesas, cadeiras e divisórias no lugar de vagas de estacionamento em ruas para atender clientes com distanciamento. A ideia é aumentar a capacidade de atendimento dos estabelecimentos, que tiveram seu público limitado por conta das medidas sanitárias para contenção da Covid-19.
Inspirado em modelos que já funcionam em países da Europa e América do Norte, o projeto Ocupa Rua foi idealizado pela jornalista Alexandra Forbes, o arquiteto Gustavo Cedroni e o casal de chefs de cozinha Jeferson e Janaína Rueda. A primeira etapa do projeto foi inaugurada nesta semana e já funciona para 40% dos 30 estabelecimentos da região.
As vagas de estacionamento foram transformadas em espaços com mesas de atendimento que podem receber de duas a seis pessoas, respeitando uma distância mínima de 1,5 metro de distância e com recepção ao ar livre.
“A solução que o projeto propôs foi criar essas barreiras físicas, com peças pesadas, de concreto, pra justamente as pessoas não tirarem elas do lugar e manter o distanciamento”, explica Gustavo Cedroni, arquiteto responsável pelo Ocupa Rua.
Nesta primeira etapa, foram adaptados 30 estabelecimentos das Ruas Major Sertório, General Jardim, Bento Freitas, José Paulo Mantovan Freire e Araújo. Ao todo, o projeto custou R$ 300 mil, custeados com doações da iniciativa privada e executado por cerca de 30 pessoas.
Alexandra Forbes mora na França e conta que essa ideia funcionou bem por lá, “Conforme o confinamento foi terminando, e eu comecei a sair, tanto em Bordeaux, quanto em Paris, e percebi que quase todos o restaurante estavam usando mais do que a calçada, usando espaços que não eram usados antes para conseguir compensar a falta de espaço dentro [dos estabelecimentos]”, comenta.
A iniciativa tem supervisão da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, mas não é de responsabilidade da Prefeitura de São Paulo. A manutenção e conservação dos espaços será feita pelos próprios restaurantes da região.
“A pandemia foi muito difícil para os restaurantes, ainda está difícil, mas agora deu uma melhorada”, conta Francisco Jânio, o “Carioca”, que é proprietário da Lanchonete da Cidade e trabalha no local há mais de 20 anos. O faturamento da lanchonete chegou caiu 80% durante a quarentena e agora, com a extensão do atendimento na rua, ele espera que seu faturamento possa aumentar.
Os responsáveis pelo projeto dizem que o modelo será avaliado e pode, se autorizado pela prefeitura, ser expandido para outras regiões da cidade.
Projeto de ampliação de vagas em bares e restaurantes no Centro de SP durante pandemia
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