São Paulo produz mais de 46 mil toneladas de lixo reciclável durante a pandemia de Covid-19

Isolamento social suspendeu o trabalho presencial nas cooperativas de reciclagem em São Paulo e, por causa disso, 930 mil famílias que separavam material reciclável estão sem trabalho e recebem auxílio de R$ 1,2 mil. Capital paulista gerou mais lixo reciclável durante a pandemia
De março até setembro deste ano, a cidade de São Paulo produziu mais de 46 mil toneladas de lixo reciclável, quase 10 mil toneladas a mais que no mesmo período do ano passado, mas o isolamento social suspendeu o trabalho presencial nas cooperativas de reciclagem em São Paulo. Por causa disso, 930 mil famílias que separavam material reciclável estão sem trabalho e recebem auxílio de R$ 1,2 mil.
Apesar disso, a triagem dos materiais não foi interrompida. As embalagens de vidros e plásticos que os paulistanos separam em suas casas é levada em caminhões para duas cooperativas mecanizadas. Nestes locais também é levado o lixo reciclável que as pessoas levam voluntariamente nos ecopontos espalhados nos bairros da cidade.
As duas centrais separam e processam 500 toneladas por dia, por causa do distanciamento social, apenas uma pequena parte do processo é feita de forma manual.
Um condomínio da região do Ipiranga, com 264 apartamentos, junta cerca de uma tonelada de material reciclável no depósito, que é coletado uma vez por semana pela prefeitura. O processo tem uma regra: cada família faz a separação do lixo que produz.
Durante a pandemia, a quantidade de plástico, papel e embalagens aumentou por causa das compras online e das entregas delivery.
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos especiais confirma a mudança de comportamento com o lixo, mas destaca que São Paulo ainda tem muito a melhorar.
“Vemos que ainda tem muito material com potencial que acaba abandonado nas vias públicas, que acaba realmente não separado e esse é um desperdício de recurso que não cabe mais em pleno século XXI”, disse Carlos Silva Filho, diretor presidente da Abrelpe.
Mas ainda tem muita gente que descarta material reciclável de forma equivocada e aí entra o trabalho dos catadores independentes, como Lucas Ferreira Neto.
Ele carrega embalagens plásticas, metal, pneu e chega a transportar 400 kg a 500 kg por dia. Ele não tem máscara e para falar com a reportagem do SP2 ele usou as mãos para se proteger. “Saio às 7h da manhã, às vezes chego 22h. Dá para tirar uns R$ 80 por dia.”
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, 1,4 mil catadores autônomos estão recebendo auxílio financeiro desde abril por conta da pandemia.

By Midia ABC

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