Setor papeleiro puxa a retomada da atividade econômica na indústria do Alto Tietê

Uma fábrica de Itaquaquecetuba viu aumentar em mais de 30% os pedidos de embalagens. Indústrias do Alto Tietê conseguem melhor resultados
Um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o setor começa a apresentar sinais de melhoras. O termômetro está no crescimento das vendas de embalagens de papelão.
Em uma fábrica de caixas de papelão, em Itaquaquecetuba, são produzidas embalagens de todos os tamanhos. O trabalho não parou, mesmo durante a pandemia. O dono, Félix Mariano, explica que, diferentemente do que aconteceu com outros segmentos, a demanda da indústria do papelão aumentou nos últimos meses.
O empresário atribui às vendas on-line, que cresceram na quarentena. Com mais gente comprando e vendendo os produtos pela internet, as caixas de papelão se tornaram um item ainda mais procurado.
“O perfil mais forte é sempre de empresas, que precisam mandar os seus produtos. Mas a gente tem pego um nicho de mercado de pessoas físicas, que cai neste caso do e-commerce. A gente está indo de vento em polpa, está bom para caramba. Em torno de 35 a 40% de aumento”, diz.
Indústria papeleira de Itaquaquecetuba viu aumentar em 35% os pedidos de embalagens durante a pandemia.
Reprodução/TV Diário
O bom desempenho do setor de papelão reflete uma melhora da economia. Segundo a CNI, tanto os indicadores de produção quanto os de emprego aumentaram em junho em relação ao mês de maio. O indicador de produção, por exemplo, alcançou 52 pontos no mês de junho, um aumento de nove pontos percentuais frente ao mês anterior.
O índice varia de 0 a 100 e valores acima de 50 revelam um aumento da atividade industrial.
“A confiança é em função das informações que se tem, de que a economia nos outros países está retomando rapidamente. A possibilidade de que o comércio retorne, porque foi o que mais parou”, explica Renato Rissoni, vice-diretor da regional do Alto Tietê do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).
Para o vice-diretor, o desafio da indústria vai muito além de retornar ao patamar anterior à pandemia.
“Antes, alguns anos atrás, a economia já vinha sofrendo uma queda muito grande. A retomada vinha caminhando. Teve o revés da pandemia, que dificultou e diminuiu as atividades. Então a retomada da pandemia vai ser um pouco mais rápida, mas temos a retomada da economia também, que precisam caminhar juntas”, avaliou Rissoni.