SP assumirá distribuição da CoronaVac no estado, caso vacina não seja comprada pelo governo federal, diz secretário de saúde


Jean Gorinchteyn disse nesta segunda (12) que, sem SUS, governo tem estrutura, insumos e equipe para imunizar população nos 645 municípios, mas espera fechar parceria com o Ministério da Saúde nas próximas semanas. Vacina, desenvolvida por laboratório chinês em parceria com o Butantan, está em fase de testes no Brasil. Secretário da Saúde de SP fala sobre ‘plano B’ de distribuição nacional da Coronavac
O secretário de saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse nesta segunda-feira (12) que a distribuição da vacina Coronavac está garantida para os 645 municípios do estado, mesmo que o governo federal não compre as doses. Desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, o imunizante está em fase de testes entre profissionais de saúde brasileiros.
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“Nós temos uma estrutura de distribuição, temos todos os insumos necessários – agulhas, seringas, equipes. Portanto, não haveria um momento e motivo para dizer ‘não temos o que fazer com isso’. Temos, sim. Nós temos recebido contato de outros governadores querendo que a vacina seja distribuída em suas regiões”, explicou Gorinchteyn em entrevista à GloboNews nesta manhã.
De acordo com o secretário, o governo espera fechar parceria com o Ministério da Saúde nas próximas semanas, mas o “plano B” é assumir a logística no estado.
“Nós temos toda uma estratégia, com o apoio das secretarias municipais da saúde, na qual despolarizaria de uma forma muito clara e clássica a distribuição [das doses] nas regiões. Então, não seria um impacto logístico, de distribuição, de equipes, uma vez que utilizamos do SUS, mas são as unidades básicas municipais que fazem o operacional, e, para estas, nós temos parceria com todos os municípios. Isso não será o problema”, disse Jean Gorinchteyn.
Em agosto, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma medida provisória que libera R$ 1,9 bilhão para viabilizar a produção de 100 milhões de doses da chamada “vacina de Oxford” contra o coronavírus.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu o repasse de 1,9 bilhão ao governo federal. Do montante, foram liberados pelo Ministério da Saúde R$ 80 milhões para reformar uma fábrica do Instituto Butantan que deverá produzir a CoronaVac.
Em coletiva de imprensa na última sexta-feira (9), Doria disse que irá se reunir com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no dia 21 de outubro fechar as tratativas.
João Doria, (PSDB) Governador do Estado de São Paulo, durante coletiva de imprensa sobre medidas de combate ao Coronavírus, (COVID-19) nesta segunda feira, (14) no Palácio dos Bandeirantes. Durante a coletiva o Governador falou sobre a contrução da fábrica da vacina Coronavac.
ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Questionado se uma possível falta do SUS na coordenação, no armazenamento e na distribuição da Coronavac poderia atrapalhar ou atrasar a vacinação, o secretário da saúde reforçou que o estado de São Paulo não enfrentaria problemas de logística, mas que enxerga um “problema social”, caso o Ministério da Saúde não inclua as doses no Programa Nacional de Imunizações.
“Seria um problema social. Imagine que eu vacine São Paulo, vacine um outro estado, e deixe de vacinar os demais. Isso não é republicano, isto não é democrático. Então temos que lembrar que a vacina é extremamente importante, principalmente porque ainda temos mais de 600 mortes por dia. A vacina é a forma que nós temos de impedir que as pessoas fiquem doentes, que fiquem doentes mais graves, e que morram. Nós temos que dar esse direito a todo cidadão brasileiro”, argumentou Gorinchteyn.
“Isso é uma questão relacionada à socialização, à parte democrática – o brasileiro tem direito a vacina e nós não podemos ter uma vacina privilegiada em relação a outra . Nós temos que ter vacinas. Até porquê, uma vacina somente não dará conta de imunizar todos os brasileiros. É a associação dessas doses do Butantan e da própria Fiocruz que permitirá que mais brasileiros, e não todos, sejam imunizados e protegidos”, completou o secretário.
O estado de São Paulo deve receber 5 milhões de doses da vacina chinesa contra Covid-19 já neste mês de outubro.
Se a vacina for aprovada nos testes clínicos da fase 3, que estão em curso, sua produção em solo nacional será feita em uma fábrica que o governo estadual pretende adaptar. A promessa do governo estadual é a de que a vacinação tenha início em janeiro de 2021.
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By Midia ABC

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