Instituições do ensino superior foram autorizadas a reabrir na cidade de SP a partir do dia 7 de outubro, mas estudantes de 0 a 17 anos só foram liberados para atividades extracurriculares na mesma data. Segundo prefeito, reabertura das escolas será reavaliada em novembro. Cidade de SP adia volta às aulas presenciais para 3 de novembro, diz secretário
O secretário municipal de Educação de São Paulo, Bruno Caetano, afirmou nesta quinta-feira (17) que a possibilidade de retorno às aulas presenciais na cidade ainda em 2020, mesmo que por apenas um mês ou dois, seria melhor do que se o retorno só acontecesse em 2021.
O prefeito Bruno Covas autorizou nesta quinta a retomada das aulas presenciais apenas para alunos do ensino superior, a partir do dia 7 de outubro. Nos ensinos infantil, fundamental e médio, a reabertura foi liberada apenas para atividades extracurriculares na mesma data.
Segundo o prefeito, uma nova avaliação será feita para considerar a a retomada das aulas regulares para esses alunos em 3 novembro.
Questionado sobre o sentido de reabrir as escolas já no final do ano, o secretário afirmou em entrevista à GloboNews que qualquer período de aula presencial pode fazer diferença.
“Muito importante é que educação tem que ser sempre prioridade, é prioridade da Prefeitura de São Paulo. É claro que se a gente puder ter um mês de aula presencial, dois meses de aula presencial esse ano, melhor do que não ter nenhuma aula presencial. Nesse momento ainda não é segura a reabertura das escolas, mas quando for seguro não podemos perder essa oportunidade”, disse Caetano.
Volta do ensino superior
Prefeitura de SP autoriza retorno das aulas presenciais no ensino superior
Em coletiva de imprensa no início da tarde desta quinta, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), autorizou a retomada das aulas presenciais para alunos do ensino superior em outubro. A decisão vale para o ensino público e privado na cidade. Nos ensinos infantil, fundamental e médio, a reabertura foi liberada apenas para atividades extracurriculares.
“Não tem mais sentido, com os dados que nós temos, continuar a proibir o ensino superior na cidade de São Paulo. E em relação aos alunos de 0 a 17 anos, de responsabilidade do município, estado e rede privada, vamos liberar a partir de 7 de outubro as atividades extracurriculares”, disse Covas durante coletiva de imprensa nesta quinta (17).
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A definição sobre a retomada das aulas regulares para esses alunos, entretanto, só deve ser definida em novembro.
“Vamos continuar a realizar os inquéritos tanto de adultos quanto de crianças para poder avaliar e manter essa mesma linha ou de ter outra posição a partir de 3 de novembro”, complementou o prefeito.
Resumo:
Ensino Superior: Liberado retorno presencial em outubro
Ensino Médio: Liberado apenas para atividades de reforço em outubro
Ensino Fundamental: Liberado apenas para atividades de reforço em outubro
Ensino Infantil: Liberado apenas para atividades de reforço em outubro
Segundo o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, embora ainda sem data, o retorno deverá priorizar alunos dos anos finais.
“Iniciaremos, quando pudermos retornar presencialmente, pelo terceiro ano Ensino Fundamental, pelo sexto ano do Ensino Fundamental, pelo nono ano do Ensino Fundamental e pelo terceiro ano do Ensino Médio. Há uma razão pedagógica para isso. No ano seguinte, esses alunos estarão mudando de ciclo, tornando a recuperação das aprendizagens mais difíceis”, disse Caetano.
O cronograma do ano letivo também seguem sem definições. Caetano alegou ser “prematuro” pensar em suspender as férias de verão para que o conteúdo de 2020 possa ser recuperado. A gestão municipal prevê aplicar uma prova após a reabertura das escolas para mapear os impactos no ensino.
“Ainda não dá para falar disso, é prematuro, qualquer questão levantada agora seria não embasada tecnicamente, mas nós vamos, sim, lançar mão de todas as estratégias possíveis para dar tranquilidade aos pais, estudantes e professores de que nós recuperaremos toda a aprendizagem”, afirmou o secretário.
Os anúncios foram feitos no início da tarde desta quinta-feira (17), durante coletiva virtual da gestão municipal para divulgar dados da nova etapa do inquérito sorológico feito em alunos da rede pública e privada.
De acordo com o levantamento, mais de 244 mil alunos das redes pública e privada já tiveram contato com o vírus da Covid-19 na capital paulista e 66% são assintomáticos. A terceira fase do inquérito sorológico entre crianças e adolescentes aponta que 16,5% dos alunos possuem anticorpos do novo coronavírus.
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Calendário
Pelo cronograma de reabertura do governo estadual, a retomada das aulas presenciais está prevista para o dia 7 de outubro, desde que 80% da população do estado esteja na fase amarela do plano de flexibilização econômica há 28 dias.
Também presente na coletiva, o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, defendeu a oferta de atividade de reforço e disse ter recebido retorno positivo nos locais em que a medida já foi implementada.
“Abrir as escolas para as atividades extracurriculares tem sido um passo importante nas cidades que já iniciaram. Temos bom exemplo, aprendizado. São atividades opcionais. É opcional ir para escola. Não é obrigatório escola abrir, não é obrigatório par ao professor nem para a família. Essa é uma experiência importante durante o mês de outubro para que a gente continue avaliando e avançando com a saúde em primeiro lugar”, afirmou o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, também presente na coletiva.
No estado, as escolas foram autorizadas a reabrir para aulas extra-curriculares, acolhimento e educação física no dia 8 de setembro. Apesar da liberação do governo estadual, as prefeituras têm autonomia para decidir quando e se irão reabrir.
Na capital, Covas vetou a reabertura na data após resultado do inquérito sorológico realizado em agosto em crianças e adolescentes apontar que 64% dos infectados desse público foram assintomáticos.
Na semana passada, Covas e o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, visitaram uma escola na Zona Leste da cidade para acompanhar a instalação dos protocolos e medidas de segurança preparatórios para a reabertura.
Debate
Pesquisa da Rede Nossa São Paulo divulgada na ultima quinta (10) apontou que 81% dos moradores da capital paulista são contrários ao retorno das aulas presenciais na cidade.
Nesta quarta (16), o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo divulgou uma nota pública dizendo que acha precipitado o retorno às atividades presenciais nas escolas tendo em vista os dados atuais sobre a Covid-19 e os riscos à saúde dos alunos e educadores.
Os sindicatos que representam os servidores da educação temem os riscos da reabertura. Por outro lado, entidades que representam as instituições privadas cobram a liberação para retomada e dizem que a rede particular está preparada para atender aos alunos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), a Unicef e a Unesco – braços da ONU sobre infância educação – divulgaram recentemente um documento dizendo que a volta às aulas deve ser prioridade na reabertura das economias.
Regras das aulas opcionais
A escolas que vão reabrir no dia 8 de outubro para atividades opcionais deverão respeitar as seguintes regras:
Receber até 35% da sua capacidade para alunos da Educação Infantil e Fundamental e nos anos iniciais;
Receber até 20% da sua capacidade para alunos do Ensino Médio e anos finais.
Manter o distanciamento de 1,5 metro entre os estudantes.
Estabelecer horários de entradas e saídas que serão organizados para evitar aglomeração, e serão preferencialmente fora dos horários de pico do transporte público.
Intervalos e recreios devem ser feitos sempre em revezamento de turmas com horários alternados.
As atividades de Educação Física estão permitidas desde que se cumpra o distanciamento de 1,5 metro. Devem ser realizadas, preferencialmente, ao ar livre e cuidando da higienização dos equipamentos.
É recomendado que o ensino remoto continue em combinação com a volta gradual presencial.
O uso de máscara é obrigatório para todos dentro da instituição e no transporte escolar.
A Instituição deve fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) para os funcionários.
Bebedouro será proibido. Água potável deve ser fornecida de maneira individualizada. Cada um deverá ter seu copo ou caneca.
Banheiros, lavatórios e vestiários devem ser higienizados antes da abertura, depois do fechamento e a cada três horas.
Lixo deve ser removido no mínimo três vezes ao dia.
Superfícies que são tocadas por muitas pessoas devem ser higienizadas a cada turno.
Ambientes devem ser mantidos ventilados com janelas e portas abertas, evitando toque em maçanetas e fechaduras.
O distanciamento tem exceções, como no caso da educação infantil e creches, em que não há como manter essa distância entre bebês e cuidadores.
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