Outras quatro cidades do ABC também já resolveram manter apenas aulas online. Governo de SP prevê volta das aulas presenciais em 8 de setembro, caso estado esteja há 28 dias na fase amarela do plano de flexibilização da quarentena. Cinco cidades da Região Metropolitana não vão voltar as aulas presenciais em 2020
Mais uma cidade da Grande São Paulo decidiu não retomar as aulas presenciais em 2020. Nesta terça-feira (4), a Prefeitura de Vargem Grande Paulista anunciou que as escolas da rede municipal vão ficar fechadas até o fim de 2020. Outras quatro cidades do ABC paulista já haviam decidido não retomar o ensino presencial neste ano: Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
O governo de São Paulo anunciou em junho que deve autorizar a retomada das aulas presenciais no estado a partir do dia 8 de setembro. Inicialmente, a condição para o retorno era a de que todas as regiões do estado estivessem na fase amarela do Plano São Paulo de reabertura da economia por pelo menos 28 dias seguidos.
Um decreto publicado posteriormente mudou a regra e definiu que pelo menos 80% da população do estado devem estar por 14 dias em regiões na fase amarela e 100% nos próximos 14 dias para que as aulas presenciais sejam autorizadas em 8 de setembro. A nova reclassificação do Plano São Paulo que definirá a questão acontece nesta sexta-feira (7).
Mesmo se a autorização do estado for confirmada, os municípios têm autonomia para adotar medidas mais restritivas e vetar as aulas presenciais.
Na cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal de Educação ainda não definiu a data de retorno e informou que está esperando a avaliação da Secretaria Municipal de Saúde para decidir. O secretário da Educação Bruno Caetano, no entanto, já adiantou que não deve ocorrer em setembro.
O Conselho Municipal de Educação de São Paulo está elaborando uma resolução que permite que os pais escolham se vão mandar seus filhos para a escola na volta às aulas. Nesta terça, Caetano afirmou à Comissão de Educação da Câmara Municipal que a prefeitura não pretende passar para os pais a responsabilidade de mandar ou não os filhos para as escolas, mas que os alunos têm um limite de faltas sem prejuízo no ano letivo.
Custo do retorno
Uma pesquisa da Ong Todos pela Educação revelou que a queda na arrecadação das prefeituras pode prejudicar ainda mais o retorno dos alunos às escolas. Ainda mais com a previsão de aumento de gastos com os protocolos de segurança.
O prefeito de Diadema, Lauro Michels, não acredita que o ensino remoto possa substituir as aulas presenciais. “Esse ano está perdido. O pai de aluno que falar que o filho teve um aproveitamento de 100% de conhecimento, ele não tá falando a verdade”, diz.
E o prefeito não fala apenas pela questão pedagógica ou do risco de contágio. Ele também afirma não ter os recursos necessários para investir na compra de equipamentos de proteção para alunos e professores.
“Do ponto de vista financeiro, só de máscara nós gastaríamos R$ 250 mil por mês com 30% da rede voltando. Então seriam alunos escalonados, uma vez por semana na escola”, afirma.
Segundo a pesquisa, a queda na atividade econômica afetou diretamente o caixa das prefeituras no país. A perda de arrecadação para a educação pode variar de R$ 8 a 31 bilhões.
“Isso significa que os municípios vão ter menos recurso pra financiar os serviços que eles oferecem pra pagar professor, fazer manutenção das escolas, enfim, todos os recursos necessários para manter as escolas abertas e rodando.”
Em São Bernardo do Campo, o prefeito Orlando Morando quer que a cidade tenha o próprio calendário de retorno ainda este ano.
“Nós poderemos voltar com as aulas presenciais ainda este ano. Tudo isso vai depender de como vai evoluir a pandemia. Se nós formos reduzindo, diminuindo a ocupação de UTI, diminuindo ocupação nos hospitais, percebendo claramente que está diminuindo o índice de contaminação na cidade, nós poderemos sim voltar com aulas presenciais ainda no mês de outubro”, disse Morando.
Initial plugin text
Vargem Grande Paulista é quinta cidade da Grande SP que decide não retomar aulas presenciais em 2020
