Vereadores, empresários e assessores presos em operação do MP são soltos


Cinco vereadores, dois empresários e dois servidores foram para a cadeia durante a operação do Ministério Público, que apura diversos crimes. Vereadores, empresários e servidores de Mogi presos em operação do MP são soltos
Todos os vereadores, assessores e empresários de Mogi das Cruzes que ainda estavam presos em decorrência da operação “Legis Easy” do Ministério Público já estão soltos. Eles ganharam o direito de responder em liberdade depois do habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para Mauro Araújo, o primeiro político a deixar a cadeia. No total, eles ficaram presos por 19 dias.
O vereador Antonio Lino (PSD) convocou a imprensa para uma coletiva nesta quinta-feira (24). Ele não chegou a ser preso e foi considerado foragido.
A coletiva de imprensa de Lino ocorreu em um hotel. O parlamentar explicou sobre as transferências bancárias de empresas ligadas a Mauro Araújo para conta dele.
As movimentações são apontadas pelo MP como parte de um esquema de corrupção na Câmara de Mogi das Cruzes. Os valores somam R$ 24 mil.
“Em 2017, eu pedi um empréstimo para uma financeira e fiz um documento. Eu, na sequência, paguei este empréstimo. Depois eu me apertei, como qualquer cidadão normal, me apertei, recorri à financeira, ela fez os empréstimos que eu precisava. Eu tenho uma filha fazendo faculdade e precisava pagar a faculdade da minha filha, como parte do dinheiro, e eu fiz o empréstimo. Inclusive, um desses empréstimos eu depositei direto na conta da minha filha para pagar o boleto. Então, como pai zeloso que sou, cuidador das minhas obrigações, não poderia deixar acontecer isso por ela”, disse Lino.
Vereadores suspeitos de corrupção em Mogi
Rodrigo Niemeyer/Câmara de Mogi
Ele falou também sobre o projeto de autoria dele citado na denúncia e que teria sido aprovado na Câmara por influência do empresário da construção civil Joel Leonel Zeferino.
Trata-se do projeto de lei número 163 de 2019. Ele prevê a isenção da construção da área de lazer com até 10 unidades residencias. Diferente da lei atual que obriga essa estrutura em qualquer tamanho de condomínio.
Para o vereador a exigência inviabilizava construções mais populares e em bairros distantes.
“Monte o projeto e apresentei. Esse projeto passou por todas as comissões, foi aprovado por unanimidade, por todos os senhores vereadores, sem nenhuma restrição. Eles entenderam que, naquele momento, era para fazer um atendimento à sociedade carente, necessidade, às pessoas menos favorecidas. Depois teve até uma discussão ao longo do tempo de que o processo seria inconstitucional. E aí foi parar no tribunal, que disse que era inconstitucional. Não pelo projeto ser ilegal, era um vício de competência. Ao invés de ser do vereador, deveria ser do executivo”, esclareceu.
O vereador não falou onde permaneceu durante o tempo que era considerado foragido, antes de conseguir o habeas corpus, mas disse que não saiu de Mogi. O advogado explicou por que Antonio Lino não quis se entregar.
“Nem toda ordem judicial é absolutamente justa, legal. Então eu entendo que, qualquer cidadão que nunca teve qualquer mácula, por que ela vai se submeter à uma situação dessas”, disse o advogado Marco Antônio Pinto Soares.
Empresários chegam na cadeia de Mogi das Cruzes para cumprir prisão preventiva
Natan Lira/G1
No dia 4 de setembro, cinco vereadores, foram presos em uma operação do Ministério Público. Segundo o MP, empresas ligadas a Mauro Araújo recebiam dinheiro de empresários em troca de favorecimento em votações. Além dos vereadores, a operação prendeu ainda assessores e empresários.
De acordo com o MP, apesar da soltura de Mauro Araújo e da concessão de habeas corpus para os outros vereadores e envolvidos na operação, o juiz Thiago Ducatti, da 3ª Vara Criminal de Mogi das Cruzes, manteve o afastamento dos parlamentares do cargo.
Mesmo assim, Antonio Lino, que está no sétimo mandato, confirmou que vai disputar mais uma eleição pra vereador.
“Eu sou pré-candidato. Vou discutir o assunto com a sociedade. Vamos trabalhar. Agora essa questão de impedir que o juiz está colocando, eu gostaria que o doutor respondesse”, disse.
O advogado, por sua vez, que está trabalhando em uma medida adequada. “A fim de que o vereador possa ter mais liberdade de ação e possa trabalhar naquilo que ele sabe e sempre trabalhou”.
O que dizem os citados
A Câmara de Mogi das Cruzes informou que o afastamento de todos os vereadores é por tempo indeterminado e que Antonio Lino também já tinha sido afastado do cargo que ocupava como presidente do Conselho de Ética. O mesmo aconteceu com Jean Lopes (PL) outro membro do Conselho de Ética.
A defesa do vereador Mauro Araújo (MDB) informou que deve apresentar nos próximos dias a defesa preliminar contrapondo a narrativa do Ministério Público, demonstrando por documentos, que ele não faz o menor sentido.
A reportagem da TV Diário não conseguiu contato, nesta quinta-feira, com a defesa de Jean Lopes, que anteriormente já havia negado qualquer irregularidade. Bem como a defesa de Carlos Evaristo (PSB)
A advogada do vereador Diego Martins (MDB) informou que está preparando a defesa para será apresentada dentro do prazo estipulado pela justiça e terá como base a falta de provas para tais acusações.
O advogado do vereador Francisco Bezerra (PSB), que ainda cumpre prisão domiciliar e do filho dele, o empresário Pablo Bezerra que não chegou a se apresentar à polícia, mas também conseguiu habeas corpus, disse que o próximo passo é provar que Pablo não estava envolvido no caso.
Sobre Chico Bezerra ele já havia informado que o vereador também é inocente das acusações. O advogado do empresário Joel Leonel Zeferino sempre negou qualquer irregularidade nos negócios do cliente dele.

By Midia ABC

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