Motoristas de ônibus rejeitam proposta e mantém greve em Bertioga


Serviço de transporte está operando com frota reduzida na cidade. Audiência de conciliação foi marcada para a próxima quinta-feira. Ônibus da Viação Bertioga
Prefeitura de Bertioga
Motoristas da empresa Viação Bertioga, responsável pelo transporte público de Bertioga, no litoral de São Paulo, rejeitaram a proposta apresentada pela empresa e decidiram manter a greve. O serviço de transporte está operando com frota reduzida, sendo 80% dos ônibus circulando em horário de pico e 60% nos demais horários.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Santos, desde o 5º dia útil de agosto, os motoristas não recebem o pagamento do salário, referente ao mês de julho, e cestas básicas. Na quarta-feira (12), houve uma reunião entre o sindicato e a empresa, na qual ficou acordado que, caso a Viação não realizasse o pagamento até sexta-feira (14), os motoristas entrariam em greve.
O Tribunal Regional do Trabalho concedeu uma liminar que permite a greve conforme as seguintes regras: circulação de 80% da frota em horários de pico, sendo das 7h às 9h e das 16h às 19h, e 60% nos demais horários. A população deveria ser avisada previamente à respeito da paralisação parcial.
Como a empresa não efetuou o pagamento, nesta segunda-feira (17), os motoristas iniciaram a greve por tempo indeterminado. Parte dos ônibus não saíram para atender a população, seguindo as regras da liminar. Segundo Emílio Carlos Américo, diretor do Sindicato, a empresa apresentou uma proposta na tarde desta segunda-feira, mas os trabalhadores rejeitaram em assembleia.
“”A proposta era de fazer o pagamento até o dia 30 deste mês, o salário e a cesta básica. Os trabalhadores desejam que a empresa pague tudo e a vida volte ao normal. Enquanto a empresa não regularizar a situação vamos seguir com a greve e cumprindo a liminar”, disse Américo.
Uma audiência de conciliação foi marcada para a próxima quinta-feira (20), às 15h, entre a empresa e o sindicato.
Viação Bertioga
Em nota, nesta segunda-feira, a Viação Bertioga disse que perdeu 1.141.700 passageiros no período de janeiro a junho de 2020 comparando com o mesmo período do ano passado. Analisando o mês de junho de 2020, a perda de passageiros comparada com o mesmo mês do ano passado foi de 74%.
A empresa disse que, além da pandemia, há a situação do transporte clandestino de passageiros em Bertioga, um serviço ilegal que atua de forma predatória trazendo enorme desequilíbrio econômico e financeiro.
Além disso, não houve reajustes de tarifas. A Viação Bertioga explicou que tem protocolado, desde dezembro de 2019, pedidos para reajuste que, apesar de ter parecer favorável da comissão, até agora não ocorreu. Outro pedido também foi enviado ao prefeito de Bertioga sobre o desequilíbrio do contrato vigente em razão da pandemia, mas até agora não houve resposta.
A empresa ainda disse que não desligou nenhum funcionário durante a pandemia que não fosse em razão de justa causa. Atualmente, 60% do salário que deveria ser pago no quinto dia útil e uma parte da cesta básica estão atrasados. E, diante da situação, foi marcada uma audiência com o TRT por conta da greve.
O G1 entrou em contato com a empresa, novamente, nesta terça-feira (18), mas a Viação Bertioga disse que mantém o posicionamento acima.

By Midia ABC

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