‘Quantas mais vão morrer?’, diz pai de dona de casa morta pelo ex em Santa Rosa de Viterbo, SP


Após romper relação abusiva, Marília de Campos, de 36 anos, foi assassinada no domingo (23). Suspeito avisou pai dele sobre o crime e foi preso pela Polícia Civil nesta terça-feira (25). Suspeito de matar ex-namorada confessa crime em Santa Rosa de Viterbo, diz polícia
Pai da dona de casa Marília Campos, morta em Santa Rosa de Viterbo (SP), Clodoaldo do Carmo Campos fez um apelo nesta terça-feira (25) para que mulheres denunciem o comportamento violento dos companheiros.
Marília foi achada morta no domingo (23), na casa dela, e tinha marcas de agressão no pescoço. O ex-namorado foi preso nesta terça-feira (25), e é o principal suspeito do crime, segundo a Polícia Civil.
“Denuncia, chama, fala para alguém, fala para alguma amiga. Quantos [casos] por aí não está acontecendo, que não têm morte? Aí não existe a entrevista, não existe a prisão. Só depois de morto. Quantas mais vão morrer sem ninguém denunciar”, disse Campos.
O suspeito, Rafael Belavenuto, de 33 anos, foi levado à Cadeia de Santa Rosa de Viterbo. De acordo com o delegado Gabriel Freiria, responsável pela investigação, ele confessou o crime.
Belavenuto vai responder por homicídio qualificado por motivo fútil, meio que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. O G1 tenta localizar a defesa dele.
O pai de Marília, Clodoaldo do Carmo Campos, em Santa Rosa de Viterbo, SP
Luciano Tolentino/EPTV
Ameaça
O pai de Marília disse que a filha não chegou a relatar que era ameaçada após a separação. Ela havia rompido o relacionamento há cerca de um mês, mas, de acordo com Campos, ajudou a cuidar do ex, que afirmava estar com depressão por causa do fim da relação.
“Embora separada e não querendo mais o relacionamento, ela ajudou ele, amparava. Ele chegava no portão da casa dela, ela atendia, dava conselho, acompanhava no médico. Ela fez tudo possível para ajudar ele e mesmo assim ele fez a ingratidão.”
De acordo com o delegado, testemunhas ouvidas no inquérito afirmaram que Belavenuto era ciumento e possessivo, e que Marília tinha sinais de agressões pelo corpo com frequência.
“Relataram, inclusive, uma agressão anterior, uma briga anterior do casal, que resultou ofensa à integridade física da vítima. Nessas últimas duas semanas, após o rompimento do relacionamento, ele intensificou essa perseguição buscando reatar o relacionamento”, afirmou Freiria.
A dona de casa Marília Campos foi morta em Santa Rosa de Viterbo (SP)
Arquivo pessoal/Divulgação
Suspeito avisou pai dele sobre crime
No sábado (22), Belavenuto esteve no sítio da família de Marília, onde ela passava o fim de semana com amigos e parentes. Ele foi embora no domingo a pedido da dona de casa.
Segundo a Polícia Civil, por volta das 19h, um amigo levou Marília para a casa dela. Momentos depois, o ex-namorado chegou à residência, cometeu o crime e comunicou o pai dele por telefone.
O homem passou mal, foi levado a um hospital e informou a equipe médica, que avisou a Polícia Militar sobre o crime. Socorristas estiveram na casa da vítima, mas ela já estava sem vida. O corpo, de acordo com o delegado, tinha marcas de estrangulamento.
O delegado da Polícia Civil de Santa Rosa de Viterbo, SP, Gabriel Freiria
Luciano Tolentino/EPTV
Justiça
Nesta terça-feira, Belevenuto foi achado pela polícia em um matagal.
Marília tinha três filhas. Ainda muito abalado com o assassinato da filha, Campos disse que espera que o suspeito seja punido.
“Eu espero que a Justiça seja feita. Eu acredito na justiça divina, que ela vai agir e não vai permitir mais que ninguém morra dessa forma.”
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By Midia ABC

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