Permissionários esperam vistoria da Defesa Civil para definir possibilidade de retomada. Chamas destruíram cinco dos 22 galpões do complexo histórico da cidade. Vistoria da Defesa Civil deve definir a retomada no Complexo Carioba, em Americana
A Associação dos Permissionários de Carioba (Aspeca), que representa os empresários que atuam no complexo industrial do bairro Carioba, em Americana (SP), estima prejuízo de pelo menos R$ 5 milhões com o incêndio que destruiu parte das estruturas do local.
“Para mais de cinco milhões, a gente estima. Porque tem os teares, os maquinários, os fios, tecidos já produzidos…”, explica a tesoureira da associação, que completa com a informação de que há 23 empresas ativas no complexo, a maioria têxtil.
Fotos da destruição
O centro histórico, tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do estado (Condephaat) desde 2013, teve cinco dos 22 galpões destruídos por um incêndio entre sábado (5) e domingo (6).
Uma das empresas de tecelagem atingidas foi a do empresário Marcelo Braganoli. A família dele trabalha no ramo há cerca de 40 anos. Com o incêndio, só sobrou de pé parte do escritório.
“Dizem que lá era escritório do antigo comendado e eu estava lá no meu lugar que ele. Sobrou só aquilo”, afirma, ao indicar os escombros causados pelo incêndio.
Empresário Marcelo Bragagnoli teve a fábrica de tecelagem atingida por incêndio em Americana
Marcio Silveira/EPTV
Outro empresário que teve a fábrica atingida, Vanderlei Silva conta que perdeu 24 máquinas. “Foi mais de R$ 1 milhão perdido, entre fio e maquinário. A última máquina eu acabei de pagar no ano passado”.
Silva relata que dois empregados estavam trabalhando no momento do incêndio. Eles não sentiram cheiro e nem viram a fumaça. “Não tinha o que fazer pela proporção do fogo”.
Os permissionários aguardam o laudo da Defesa Civil após a vistoria na área para definir a retomada ao trabalho.
Plano anti-incêndio não saiu do papel
O prejuízo histórico e financeiro poderia ser menor se o plano de contenção de incêndio que chegou a ser aprovado pelo Condephat saísse do papel. O projeto foi liberado no fim do ano, mas a Aspeca afirma que não teve possibilidade de captar recurso por conta da pandemia do novo coronavírus.
“Faltava a implantação, que a gente estaria correndo atrás de recurso para fazer. (…) Veio a pandemia, muita gente parou, a economia ruiu e a gente não teve condição de estar correndo atrás”, afirma Bellan.
Imagem aérea mostra destruição no complexo fabril atingido por incêndio em Americana
Marcio Silveira/EPTV
O incêndio
As chamas começaram por volta de 17h30 de sábado (5), perto de uma linha de trem, atingiu um galpão e se espalhou por outras fábricas. A coluna de fumaça que se formou era vista de diversos pontos da região. Não houve vítimas.
O fogo atingiu uma área estimada de 6 mil metros quadrados. Na manhã domingo, o Corpo de Bombeiros comunicou que o incêndio foi controlado, mas que equipes permanecem trabalhando no local.
A corporação também detalhou que o Corpo de Bombeiros atuou em três frentes por combate externo, tendo em vista danos ocorridos no telhado.
Atuaram contra o incêndio sete viaturas e 15 bombeiros de equipes de Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Piracicaba.
Veja mais notícias da região no G1 Campinas
Associação estima prejuízo de pelo menos R$ 5 milhões com incêndio em complexo têxtil de Americana
