Idosos são público-alvo importante da futura imunização contra a Covid-19. João Doria, governador de SP, afirma que “taxa de eficácia da Coronavac é maior do que de vacinas amplamente utilizadas contra outras doenças”. Vacina chinesa CoronaVac, em fase de testes no Hospital de Clínicas da Unicamp
Marília Rastelli/EPTV
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta terça-feira (8) que a resposta imunológica dos idosos submetidos aos testes da vacina contra Covid-19 desenvolvida na China em parceria com o Instituto Butantan, ficou entre 98% e 99%.
“Estudos preliminares da Sinovac mostraram que a vacina é segura para idosos. Foram testados 24 mil voluntários chineses, sendo 421 com mais de 60 anos. O grupo teve uma resposta imune média entre 98% e 99%. A taxa de eficácia da Coronavac é maior do que de vacinas amplamente utilizadas contra outras doenças, como por exemplo a vacina contra gripe comum, que tem uma taxa de 50% a 60% de eficácia. Estamos muito otimistas com os resultados da fase três de testes da Coronavac no Brasil”, disse Doria em suas contas nas redes sociais nesta terça.
Apesar de provocar percentual de resposta imune inferior ao de outras vacinas, a imunização contra a gripe é eficaz e segura. É muito maior a probabilidade de que a pessoa não desenvolva a gripe após tomar a vacina, mesmo que tenha contato com o vírus. A vacina permite ainda que o paciente fique imune aos tipos de vírus mais comuns em circulação, sem ter que pegar a doença e, portanto, sem o desconforto dos sintomas.
10 de agosto – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante coletiva de imprensa no início da tarde desta segunda-feira (10), no Palácio dos Bandeirantes
Suamy Beydoun/Agif – Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo
Um estudo publicado nesta segunda (7) pela empresa mostrou que a vacina se mostrou segura para pessoas mais velhas. Contudo, as respostas imunológicas desencadeadas foram ligeiramente mais fracas nesse grupo do que em adultos e jovens.
Segundo Liu Peicheng, representante da empresa, a vacina CoronaVac não causou efeitos colaterais graves em testes clínicos combinados de Fase 1 e Fase 2 iniciados em maio com 421 participantes com 60 anos ou mais, afirmou o cientista à agência Reuters.
“Dos três grupos de participantes que tomaram respectivamente duas injeções de baixa, média e alta dose de CoronaVac, mais de 90% tiveram uma alta significativa nos níveis de anticorpos, mas os níveis foram ligeiramente mais baixos do que os observados em indivíduos mais jovens, ainda que em linha com as expectativas”, disse Lu.
Os resultados são preliminares e foram obtidos após testes de nível inicial a intermediário. Os resultados completos não foram publicados e não foram apresentados à Reuters, de acordo com a agência. Quatro das oito vacinas do mundo que estão na terceira fase de testes são da China.
Autoridades de saúde pelo mundo querem saber se as vacinas em pesquisa podem proteger com segurança os idosos, cujo sistema imunológico geralmente reage de forma menos potente aos imunizantes contra o coronavírus, que já causou quase 900 mil mortes no mundo.
CoronaVac
A CoronaVac, que está sendo testada no Brasil e na Indonésia no estágio 3 (final) para avaliar se é eficaz e segura o suficiente para obter autorização para uso em massa, já foi dada a milhares de pessoas, incluindo cerca de 90% dos funcionários da Sinovac e suas famílias, como parte do esquema de vacinação de emergência da China para proteger as pessoas que enfrentam alto risco de infecção.
A candidata chinesa pode permanecer estável por até três anos no armazenamento, segundo Liu, o que pode oferecer à Sinovac alguma vantagem na distribuição do produto para regiões onde o armazenamento em ambiente refrigerado não é uma opção.
Vídeos: veja as últimas novidades da pesquisa de vacinas
Etapas para a produção de uma vacina
Para se produzir uma vacina, leva tempo. A mais rápida desenvolvida até o momento foi a vacina contra a caxumba, que precisou de cerca de quatro anos até ser licenciada e distribuída para a população.
Antes de começar os testes em voluntários, a imunização passa por diversas fases de experimentação pré-clinica (em laboratório e com cobaias). Só após ser avaliada sua segurança e eficácia é que começam os testes em humanos, a chamada fase clínica – que são três:
Fase 1: é uma avaliação preliminar da segurança do imunizante, ela é feita com um número reduzido de voluntários adultos saudáveis que são monitorados de perto. É neste momento que se entende qual é o tipo de resposta que o imunizante produz no corpo. Ela é aplicada em dezenas de participantes do experimento.
Fase 2: na segunda fase, o estudo clínico é ampliado e conta com centenas de voluntários. A vacina é administrada a pessoas com características (como idade e saúde física) semelhantes àquelas para as quais a nova vacina é destinada. Nessa fase é avaliada a segurança da vacina, imunogenicidade (ou a capacidade da proteção), a dosagem e como deve ser administrada.
Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da sua eficácia e segurança em maiores populações. Além disso, feita para prever eventos adversos e garantir a durabilidade da proteção. Apenas depois desta fase é que se pode fazer um registro sanitário.
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Doria diz que vacina chinesa contra o coronavírus gerou resposta imunológica em 98% a 99% dos idosos pesquisados
