90% das universidades da cidade de SP devem retornar às aulas presenciais só em 2021, diz sindicato

Semesp diz que universidades devem retornar principalmente aulas práticas e laboratoriais, que não são possíveis realizar remotamente, mas sindicato dos professores acredita que volta ainda é precipitada. Apenas uma em cada dez universidades da cidade de São Paulo devem retomar as aulas presenciais em outubro, de acordo com um balanço feito pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp).
Na quinta-feira (17), a Prefeitura autorizou a volta do ensino superior no dia 7 de outubro. A flexibilização da prefeitura foi baseada nos resultados do inquérito sorológico da cidade. De acordo com o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, o número de crianças assintomáticas é de 66%, enquanto o número de jovens e adultos assintomáticos é de 38,2%.
“Lembrando que no ensino superior a gente está falando de jovens e adultos, que apresentaram uma taxa de contágio menor. A principal razão é que há uma quantidade muito menor de jovens e adultos que quando apresentam a doença são assintomáticos. Então esse grupo de pessoas dialoga muito mais com o relatório da cidade e muito menos com o relatório sorológico das crianças, que tem um grau de assintomáticos muito maior”, afirma.
O Antônio Fonseca é diretor de uma faculdade que vai reabrir no mês que vem na capital. Ele acredita que um quarto dos alunos volte neste primeiro momento.
“Nossa preocupação é atender a todos os pré-requisitos de protocolos e que a gente possa trazer o nosso aluno e que ele venha com toda tranquilidade, que ele venha e que nós possamos dar toda a segurança para ele que nós conseguirmos dar neste momento”, afirma.
A orientação da Semesp é que as universidades devem retornar principalmente as aulas práticas e laboratoriais, que não são possíveis realizar remotamente. Alunos de universidades particulares têm sentido as dificuldades mesmo sem aulas virtuais lotadas.
“A questão da aula remota às vezes até atrapalha não ter uma ferramenta certa, um laboratório com uma certa matéria. A gente não teve acesso nenhum a laboratório e isso atrapalha muito no nosso conhecimento”, diz o estudante de engenharia Gabriel Dilonardo.
O presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro), Luiz Antonio Barbagli, acredita que essa volta ainda é precipitada.
“É um período muito pequeno para que as atividades pedagógicas possam surtir efeito. Melhor seria planejarmos esse final de ano, deixarmos esse final de ano pronto para que o ano de 21 as aulas reiniciem corretamente, dentro dos seus planejamentos e dentro dos seus conteúdos programáticos”, afirma.
O conselho que reúne os reitores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) disse que ainda não há previsão para retomar as aulas presenciais. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) já decidiu que o retorno dos alunos às salas só vai ocorrer no ano que vem.

By Midia ABC

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