Loverci de Castro Junior, de 31 anos, morreu ao cair de altura de 20 metros enquanto instalava painéis solares no trabalho, em Portugal. Um dia antes do acidente, ele pediu à mãe para que fosse enterrado no Brasil caso falecesse no exterior. Junior foi sepultado nesta quinta-feira (24) em um cemitério de Guarujá, SP
Reprodução/Facebook
O corpo de Loverci de Castro Junior, de 31 anos, foi velado e sepultado no cemitério da Vila Júlia em Guarujá, no litoral de São Paulo, nesta quinta-feira (24). Junior morreu em Portugal ao cair da altura de 20 metros enquanto instalava painéis solares. Uma campanha de arrecadação realizada por amigos e familiares foi realizada para bancar os custos do translado do corpo.
O acidente aconteceu cidade portuguesa de Mangualde, no Distrito de Viseu, no último dia 11. Desde então, familiares e amigos passaram a divulgar nas redes sociais uma ‘vaquinha’ para arrecadar cerca de 7 mil euros e custear o translado do corpo ao Brasil.
A morte de Junior afetou ainda mais os familiares ao saberem que, um dia antes do acidente fatal, ele pediu à mãe para que trouxesse seu corpo de volta à cidade natal caso ele falecesse no exterior, segundo relatou a irmã Kathleen Gomes ao G1.
Homem de 31 anos despencou de altura de 20 metros enquanto trabalhava
Arquivo pessoal/Kellen Silva
Ele contava, por telefone, a respeito de um acidente de trabalho com outro funcionário da empresa para a qual prestava serviços, quando a mãe pediu para ele ter cuidado. “Aí ele perguntou: ‘mãe, se eu morresse aqui, a senhora ia buscar o meu corpo?'”, contou a irmã. Junior insistiu na pergunta. “Ele ainda disse: ‘fala para mim, mãe. Quero escutar a senhora falar que buscaria o meu corpo e não me deixaria aqui’.”
O velório aconteceu na quarta-feira (23) e Loverci de Castro Junior foi sepultado no Cemitério da Saudade, no bairro Vila Júlia em Guarujá, às 10h desta quinta-feira.
‘Está perto da gente’
Em entrevista ao G1, outra irmã de Junior, Kellen Cristine de Lima, conta que o corpo chegou em segurança conforme o previsto. “Ele chegou aqui sereno, lindo, parecia que ele estava dormindo. Ficamos confortados com o fato de parecer que ele está dormindo porque sabemos que ele está com Deus”. Segundo ela, de certa forma, estão todos aliviados após o sepultamento do irmão no Brasil.
“Foi confortante para família toda, mesmo sentindo essa dor. Era o desejo dele vir embora, voltar pra casa, né? E, ele voltou, ficou perto da gente. Nós realizamos o sonho dele e a vontade da minha mãe, que era dar um último abraço no filho dela”, diz a irmã.
Ela conta, ainda, que não esperava a mobilização de tantas pessoas para pagar o translado do corpo de Junior, e agradece a rede de solidariedade formada pelas redes sociais com a divulgação da arrecadação. “Uma coisa inacreditável, a comunidade se uniu para nos ajudar, todos unidos em um objetivo. Sou muito grata a todas essas pessoas de R$ 1 em diante”, finaliza.
Junior e sua esposa haviam se mudado há dez meses para Portugal
Arquivo pessoal/Kellen