Campinas gasta R$ 5,8 milhões com compra de leitos Covid em agosto e total na pandemia ultrapassa R$ 17 milhões


Mês de agosto ficou marcado pelo período do início da desmobilização de vagas exclusivas para tratar a doença, e custou um pouco menos do que o desembolsado em julho. Veja o panorama de contratação da prefeitura. Gasto com compra de leitos Covid em Campinas ultrapassou R$ 17 milhões na pandemia, até agosto.
Reprodução/TV Globo
Campinas (SP) gastou em agosto R$ 5,8 milhões com a compra de leitos privados para atender à demanda de pacientes com Covid-19. São vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), enfermaria e hospedagem – para pacientes que antes moravam em hospitais. A contratação desses leitos foi necessária na pandemia e já desprendeu R$ 17 milhões dos cofres públicos.
Os valores fazem parte de um levantamento feito pela prefeitura no fim de setembro a pedido do G1, que tem acompanhado o panorama desses custos mês a mês. Entenda abaixo:
A cidade começou a precisar de mais leitos do que os que possuía pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em maio, para destinar exclusivamente ao tratamento de sintomáticos do novo coronavírus.
Sucessivos contratos foram firmados entre a prefeitura e hospitais particulares para garantir atendimento à população.
Mesmo assim, houve a necessidade de contar com transferências de pacientes para hospitais da Grande São Paulo em junho, quando Campinas amargou uma rotina de ocupação de 100% das UTIs.
O gasto mensal com o uso dos leitos comprados foi maior em julho, quando passou de R$ 6 milhões.
Agosto foi quando a cidade completou 1 mil mortes, no entanto, também ficou marcado pelo início da desmobilização de vagas criadas para pacientes com Covid-19, devido a uma desaceleração da pandemia do coronavírus.
O Hospital de Campanha de Campinas, montado na sede da instituição Patrulheiros, foi desativado na primeira quinzena de agosto, mas ainda com a manutenção de parte da estrutura para o caso do número de infectados com complicações voltar a subir.
Mais no fim do mês, houve a divulgação sobre o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), de gestão estadual, que deixaria de ser exclusivo para coronavírus.
Ainda assim, parte dos leitos Covid era ocupada por pacientes críticos, que ficavam cerca de 60 dias hospitalizados. Quando a metrópole ultrapassou 1 mil mortes, em 28 de agosto, o secretário de Saúde, Carmino de Souza, ressaltou que a perda era grande entre esses pacientes graves.
“Temos pacientes de UTI há mais de dois meses internados. São pacientes graves, instáveis, críticos e que demoram para resolver o seu problema e ir pra casa, ou, infelizmente, um em cada quatro acaba falecendo”, disse Souza na ocasião.
Secretário de Saúde de Campinas, Carmino de Souza, e o prefeito, Jonas Donizette, durante divulgação das 1.004 mortes em Campinas. em 28 d eagosto.
Reprodução/Facebook
Após pico da pandemia na cidade em julho, a curva de novos casos confirmados por dia e divulgados pela Secretaria de Saúde do município começou a cair. Veja no gráfico abaixo:
Gastos mês a mês
Maio – Ocupação SUS começa a aumentar e prefeitura firma contratos. Gasto: R$ 1.768.072,97.
Junho – Sobrecarga no SUS com alta de casos, internações e mortes. Gasto: R$ 3.530.77,98.
Julho – Período de pico de casos e mortes provocados pela infecção. Gasto: R$ 6.075.747,44.
Agosto – Pacientes críticos há mais de dois meses internados, entre outros. Gasto: R$ 5.804.722,31
13 contratos ao todo
Os 13 contratos firmados pela prefeitura com hospitais particulares – PUC Campinas, Irmandade da Misericórdia, Beneficência Portuguesa, Casa de Saúde, Samaritano e Metropolitano – e uma hospedagem somam 150 leitos de UTI, enfermaria e hospedaria. O valor contratado total é de R$ 40.752.595,20.
A diária de cada leito de UTI Covid custa R$ 2.460,98 aos cofres municipais. Já as enfermarias, que são leitos de retaguarda, custam cerca de R$ 1 mil por dia.
No entanto, a prefeitura paga pelo que, efetivamente, usar. Em julho, o Hospital Metropolitano não conseguiu ofertar o quantitativo de leitos inicialmente contratados e uma mudança foi necessária. Passou de 15 vagas de UTI para 9, e de 28 leitos de enfermaria para 17. O mesmo número de leitos foi usado em agosto.
Dos 150 leitos inicialmente contratados ou doados (dois deles), 133 ficaram disponíveis para as demandas relativas aos pacientes sintomáticos do coronavírus, sendo 64 de UTIs, 44 em enfermarias e 25 de hospedagem.
Entenda os usos e os gastos
Em caso de lotação nas vagas SUS, a prefeitura negocia com hospitais a compra de leitos.
O valor dos contratos varia de acordo com o número acertado de diárias ocupadas.
A quantia do acordo muda para vagas de UTIs, mais caras, ou em enfermarias, mais baratas.
Conforme os leitos contratados vão sendo ocupados, a prefeitura realiza os pagamentos.
A prefeitura paga 100% do valor do contrato se todos os leitos forem usados por todos os dias previstos no acerto.
O fato da vaga estar disponibilizada para a regulação de leitos do município garante pagamento de 70% do valor, pois o leito estava reservado.
O pagamento é sempre feito no mês seguinte à ocupação.
O dinheiro sai do caixa da prefeitura, mas tem verba do governo federal, que o município precisa complementar para chegar no valor da diária do leito.
Se for necessário, a prefeitura pode fazer requisição de leitos, quando o hospital privado é obrigado a receber o paciente, mesmo quando não há negociação.
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Arte/G1
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By Midia ABC

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